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Sem dinheiro farto de patrocinadores, grandes da capital têm agora menos da metade dos jogadores de seleção que ostentavam em 2000
'Trio de Ferro' não mais aquele (de 2000)
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A derrocada dos grandes patrocínios no futebol brasileiro deixou
o "Trio de Ferro" paulista com
elencos bem menos estrelados.
A nova realidade fica evidente
na comparação entre o que acontece agora, nas semifinais do Paulista, com a realidade da temporada 2000, quando Corinthians, Palmeiras e São Paulo ficaram juntos
pela última vez entre os quatro
melhores do Estado.
Há três anos, os times mais ricos
de São Paulo tinham 21 jogadores
que já haviam entrado em campo
para defender a seleção brasileira.
Hoje, relacionam apenas dez selecionáveis -alguns, com passagens pouco relevantes pelo time
nacional, como os corintianos
Kléber, Rogério e César.
O "empobrecimento" do elenco
atingiu as três agremiações.
O mais afetado foi o Palmeiras,
que não conta com o apoio da
Parmalat, que bancou o clube em
quase toda a década passada, desde 2000, quando já estava enfraquecido, mas ainda contou no Estadual com uma constelação de
sete selecionáveis. Entre eles, o lateral-esquerdo Júnior, o zagueiro
Roque Júnior, o volante César
Sampaio e o meia Alex.
Hoje, a realidade no Parque Antarctica é bem diferente. Às vésperas de disputar a segunda divisãodo Brasileiro, o time tem agoraapenas dois jogadores que atuaram
pela seleção brasileira. Um deles,
o meia Zinho, aproxima-se do final da carreira.
No Corinthians, o esquadrão
dos tempos do HMTF também é
coisa do passado. Quando perdeu
para o São Paulo nas semifinais
do Paulista-2000 o clube tinha o
goleiro Dida, o meia Ricardinho e
o atacante Edílson, campeões
mundiais no ano passado.
Único integrante do "Trio de
Ferro" que não conheceu a realidade de um grande parceiro, oSão
Paulo registrou uma queda dequalidade menor no seu elenco
-tinha seis jogadores com passagens pela seleção em 2000, contra
quatro do grupo atual.
No banco, o brilho dos grandes
de São Paulo também diminuiu.
No Paulista-00, Luiz Felipe Scolari
ainda era treinador do Palmeiras,
que hoje lista Jair Picerni.
Com equipes muito mais estreladas, os grandes tinham "luxos"
inimagináveis atualmente. Em
2000, quando também disputavam a Libertadores, Corinthians
ePalmeiras chegaram às semifinaismesmo poupando os titulares
em várias partidas. Agora, os dois
times, com as equipes principais,
penaram para ganhar a maior
parte dos confrontos.
Sem dinheiro, o "Trio de Ferro"
apelou às categorias de base. O
Corinthians tem três titulares
(Anderson, Kléber e Gil) formados no próprio clube. Tradicionalmente relapso na lapidação de
atletas, o Palmeiras utiliza também a prata-da-casa no Paulista-2003, como o goleiro Marcos e o
atacante Thiago Gentil.
A queda no número de grandes
nomes nos principais clubes da
capital paulista teve reflexos na bilheteria da competição.
Nenhum jogo das quartas-de-final, apesar de horários e clima
favoráveis, conseguiu reunir mais
de 10 mil pagantes, marca ridícula
quando comparada à dos anos de
fartura do "Trio de Ferro".
Em 1998, ainda com Gamarra,
Rincón e Marcelinho, o Corinthians juntou na primeira fase do
Paulista um publico médio de
quase 23 mil pagantes por jogo.
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