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AUTOMOBILISMO
Problemas preocupam McLaren e Williams às vésperas do início do Mundial de F-1
Rivais falham no final, e Ferrari se empolga
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MELBOURNE
A Ferrari não conseguiu nada
de excepcional na pré-temporada. Só bateu recordes dentro das
fronteiras italianas, passou os últimos meses quieta, apagada até.
Enquanto isso, Williams e
McLaren fizeram barulho. A primeira quebrou cinco marcas com
o FW26 e seu bico revolucionário.
A segunda foi melhor: lançou o
MP4-19 ainda em 2003 e, com ele,
estabeleceu seis recordes.
O que seria uma situação confortável, porém, esvaiu-se. A euforia deu lugar à preocupação.
Problemas de última hora com os
carros devolveram subitamente
as equipes inglesas à condição do
ano passado. Começam hoje a
disputar o Mundial como zebras.
O primeiro treino livre para o
GP da Austrália, abertura do
Mundial, começa às 21h (de Brasília). A definição do grid será na
madrugada de sábado, à 0h.
Na Williams, o receio está no
câmbio, que colecionou quebras.
Sem tempo para sanar a fragilidade do sistema, o time apenas poderá torcer para que o problema
não reapareça em Melbourne.
A McLaren vive situação semelhante. O culpado, porém, é o motor. Com um agravante: o novo
regulamento da F-1, que pune
com dez posições no grid o piloto
que tiver que trocar de propulsor.
Não por coincidência, a Ferrari
é a equipe mais empolgada no
paddock. Apesar de ter chegado
apenas ontem, depois de um atraso na escala em Cingapura, a escuderia italiana passa otimismo.
"Os ingredientes estão se juntando aos poucos. Tudo parece
certo para que eu possa lutar pelo
sétimo título. Preparação é fundamental, mas é óbvio que uma corrida é a melhor maneira de comparar nosso carro com os outros",
afirmou Michael Schumacher.
Desdenhando dos resultados
dos ingleses na pré-temporada,
disse que "o cronômetro é importante, mas um GP é definitivo"
-e tirou a McLaren da lista de favoritas. "Vejo Williams e Renault
como nossas maiores oponentes.
Não acho que a McLaren possa
nos ameaçar na luta pelo campeonato, pelo menos por ora."
Além do aspecto técnico, as adversárias da Ferrari também vivem situações conturbadas internamente. No final do ano passado, a McLaren anunciou a contratação de Juan Pablo Montoya.
Em um só movimento, conturbou sua condição e a da Williams.
Avesso a polêmicas, David
Coulthard disse que estranhou o
anúncio "prematuro". "Não é comum ver essa antecedência na F-1. Para mim, é novidade."
Por fim, como que para aumentar o drama da McLaren, a quebra
de um motor neste fim de semana
seria duplamente vexatória. O GP
da Austrália será a 150ª corrida da
parceria com a alemã Mercedes.
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