São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AUTOMOBILISMO

Problemas preocupam McLaren e Williams às vésperas do início do Mundial de F-1

Rivais falham no final, e Ferrari se empolga

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MELBOURNE

A Ferrari não conseguiu nada de excepcional na pré-temporada. Só bateu recordes dentro das fronteiras italianas, passou os últimos meses quieta, apagada até.
Enquanto isso, Williams e McLaren fizeram barulho. A primeira quebrou cinco marcas com o FW26 e seu bico revolucionário. A segunda foi melhor: lançou o MP4-19 ainda em 2003 e, com ele, estabeleceu seis recordes.
O que seria uma situação confortável, porém, esvaiu-se. A euforia deu lugar à preocupação. Problemas de última hora com os carros devolveram subitamente as equipes inglesas à condição do ano passado. Começam hoje a disputar o Mundial como zebras.
O primeiro treino livre para o GP da Austrália, abertura do Mundial, começa às 21h (de Brasília). A definição do grid será na madrugada de sábado, à 0h.
Na Williams, o receio está no câmbio, que colecionou quebras. Sem tempo para sanar a fragilidade do sistema, o time apenas poderá torcer para que o problema não reapareça em Melbourne.
A McLaren vive situação semelhante. O culpado, porém, é o motor. Com um agravante: o novo regulamento da F-1, que pune com dez posições no grid o piloto que tiver que trocar de propulsor.
Não por coincidência, a Ferrari é a equipe mais empolgada no paddock. Apesar de ter chegado apenas ontem, depois de um atraso na escala em Cingapura, a escuderia italiana passa otimismo.
"Os ingredientes estão se juntando aos poucos. Tudo parece certo para que eu possa lutar pelo sétimo título. Preparação é fundamental, mas é óbvio que uma corrida é a melhor maneira de comparar nosso carro com os outros", afirmou Michael Schumacher.
Desdenhando dos resultados dos ingleses na pré-temporada, disse que "o cronômetro é importante, mas um GP é definitivo" -e tirou a McLaren da lista de favoritas. "Vejo Williams e Renault como nossas maiores oponentes. Não acho que a McLaren possa nos ameaçar na luta pelo campeonato, pelo menos por ora."
Além do aspecto técnico, as adversárias da Ferrari também vivem situações conturbadas internamente. No final do ano passado, a McLaren anunciou a contratação de Juan Pablo Montoya.
Em um só movimento, conturbou sua condição e a da Williams.
Avesso a polêmicas, David Coulthard disse que estranhou o anúncio "prematuro". "Não é comum ver essa antecedência na F-1. Para mim, é novidade."
Por fim, como que para aumentar o drama da McLaren, a quebra de um motor neste fim de semana seria duplamente vexatória. O GP da Austrália será a 150ª corrida da parceria com a alemã Mercedes.


Texto Anterior: Olimpíada: Doping dá vitória à Noruega em Salt Lake
Próximo Texto: Tênis: CBT admite que tenistas podem boicotar a Davis
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.