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OPINIÃO
Ele é um marco para o futebol, um visionário
CARLOS ALBERTO PARREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Um dos maiores massacres que vi foi Holanda 2 x 0
Uruguai em 1974. O Uruguai
não passou do meio-campo.
Ali, você via a diferença do
futebol estático, conservador, do 4-3-3 sem movimentação e daquele time envolvente, com bola e jogadores
circulando no campo todo.
Aquela seleção holandesa
foi uma geração privilegiada
que encontrou no Rinus Michels um técnico revolucionário, com idéias abertas.
Depois, ninguém conseguiu,
nem os holandeses, jogar daquela maneira. Atuavam no
estilo holandês com dois
pontas e um ponta de lança,
um homem vindo de trás, o
Rep entrando em diagonal,
Rensenbrink pela esquerda,
e, atrás, um líbero marcando, pegando homem a homem. Além da qualidade
técnica, da versatilidade, da
movimentação, do ponto futuro, da inversão de jogadas,
marcavam implacavelmente. Era um time perfeito, a
síntese de tudo que você
busca no futebol: toque de
bola, preparo físico excepcional, concepção tática
avançada, foi um marco.
O Rinus era um visionário,
evoluído para a época. E
bem-humorado. Em reunião de técnicos, foi rindo ao
piano e cantou com seu vozeirão. Vai deixar saudades.
Carlos Alberto Parreira, 62, é
técnico da seleção brasileira
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