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choro justificado
Paulista-08 vê Valdivia sem firula e mais caçado
Camisa 10 do Palmeiras deixa dribles de lado e apanha mais do que em 2007
Protagonista do clássico em que celebrou gol com "choro de alegria", chileno ganha nova função tática sob o comando de Luxemburgo
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O meia Valdivia, protagonista do clássico de anteontem,
tem argumentos para rebater
acusações dos rivais de ser chorão e de abusar das firulas. Os
números comprovam que, em
2008, ele é mais objetivo e mais
caçado do que foi em 2007.
Em relação ao último Estadual, o camisa 10 palmeirense
tem abusado bem menos dos
dribles. Ele utiliza sua principal
característica cerca de 3,5 vezes
por jogo. No ano passado, driblava, em média, 6,2 vezes.
Tanto que, no ranking do Datafolha, aparece apenas em
quinto lugar na lista que liderou há um ano. Ricardinho, do
Paulista, é atualmente o maior
driblador do campeonato (média de 4,5 fintas por partida).
A firula mais irritante, na
opinião de alguns marcadores,
é aquela na qual o chileno finge
que vai chutar a bola, mas acaba
apenas passando o pé sobre ela.
Diante do Corinthians, fez
essa jogada quando o Palmeiras
já vencia o clássico. Héverton
não gostou e entrou forte no
meia do Palmeiras, sendo punido com o cartão amarelo.
"Quando perdemos, é difícil
ver o cara passar o pé em cima
da bola. Mas ele estava ganhando, e temos que aceitar", conformou-se o goleiro corintiano
Julio César depois do jogo.
O fato é que o chileno foi, junto com o volante Perdigão, do
time alvinegro, quem mais apanhou na vitória alviverde por 1
a 0. Cada um sofreu seis faltas.
Na semana que antecedeu o
clássico, o zagueiro William, ao
ser questionado sobre como
deveria agir diante de um adversário chorão como Valdivia,
provocou: "Deixa ele chorar".
Mas tanto pranto do chileno
faz sentido. Se no Paulista-07
ele apanhava 6,4 vezes por jogo,
neste ano a média subiu para
7,3, deixando-o no topo da lista
dos "caçados" pelo segundo
ano consecutivo. Branquinho,
do Rio Preto, vem em seguida,
com 6,5 faltas recebidas.
O que tem feito de Valdivia
um atleta diferente do que foi
em 2007 é que, em vez de apenas reclamar, ele tem agido.
A redução de sua arma mais
letal, o drible, não tornou-o menos eficiente. Pelo contrário.
Valdivia passa mais (30,6 por
jogo) do que antes (19,6). E
manteve o aproveitamento no
fundamento, que é de 79,1%.
Também tem desempenhado o papel de ladrão mais vezes.
São 5,8 desarmes por duelo,
contra 5,5 do último Estadual.
Sob a batuta de Vanderlei Luxemburgo, o chileno passou a
atuar como segundo atacante.
E, apesar de finalizar menos, é
mais efetivo. Já anotou três
gols em 11 partidas. Nos 13 jogos do Paulista passado, só balançou as redes uma vez. Sua
média subiu de 0,08 para 0,27.
"O Valdivia melhorou muito
depois que chegamos. Está tomando gosto pelo gol. Temos
feito diversos treinos na Academia", declarou Luxemburgo.
A alteração tática também o
tornou mais requisitado pelo
time. Se antes ele recebia em
média 27,1 bolas por jogo, agora
é acionado 33,7 vezes.
Por isso que, com ou sem firula, Valdivia tende a repetir
mais vezes o "choro" satirizado
na celebração de seu gol.
"O Vanderlei tem conversado muito comigo. E agora eu tenho chegado mais próximo da
área e tentado aproveitar as
chances que estão aparecendo.
Quero crescer cada vez mais",
afirmou o ídolo do Palmeiras.
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