São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

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choro justificado

Paulista-08 vê Valdivia sem firula e mais caçado

Camisa 10 do Palmeiras deixa dribles de lado e apanha mais do que em 2007

Protagonista do clássico em que celebrou gol com "choro de alegria", chileno ganha nova função tática sob o comando de Luxemburgo

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O meia Valdivia, protagonista do clássico de anteontem, tem argumentos para rebater acusações dos rivais de ser chorão e de abusar das firulas. Os números comprovam que, em 2008, ele é mais objetivo e mais caçado do que foi em 2007.
Em relação ao último Estadual, o camisa 10 palmeirense tem abusado bem menos dos dribles. Ele utiliza sua principal característica cerca de 3,5 vezes por jogo. No ano passado, driblava, em média, 6,2 vezes.
Tanto que, no ranking do Datafolha, aparece apenas em quinto lugar na lista que liderou há um ano. Ricardinho, do Paulista, é atualmente o maior driblador do campeonato (média de 4,5 fintas por partida).
A firula mais irritante, na opinião de alguns marcadores, é aquela na qual o chileno finge que vai chutar a bola, mas acaba apenas passando o pé sobre ela.
Diante do Corinthians, fez essa jogada quando o Palmeiras já vencia o clássico. Héverton não gostou e entrou forte no meia do Palmeiras, sendo punido com o cartão amarelo.
"Quando perdemos, é difícil ver o cara passar o pé em cima da bola. Mas ele estava ganhando, e temos que aceitar", conformou-se o goleiro corintiano Julio César depois do jogo.
O fato é que o chileno foi, junto com o volante Perdigão, do time alvinegro, quem mais apanhou na vitória alviverde por 1 a 0. Cada um sofreu seis faltas.
Na semana que antecedeu o clássico, o zagueiro William, ao ser questionado sobre como deveria agir diante de um adversário chorão como Valdivia, provocou: "Deixa ele chorar".
Mas tanto pranto do chileno faz sentido. Se no Paulista-07 ele apanhava 6,4 vezes por jogo, neste ano a média subiu para 7,3, deixando-o no topo da lista dos "caçados" pelo segundo ano consecutivo. Branquinho, do Rio Preto, vem em seguida, com 6,5 faltas recebidas.
O que tem feito de Valdivia um atleta diferente do que foi em 2007 é que, em vez de apenas reclamar, ele tem agido.
A redução de sua arma mais letal, o drible, não tornou-o menos eficiente. Pelo contrário. Valdivia passa mais (30,6 por jogo) do que antes (19,6). E manteve o aproveitamento no fundamento, que é de 79,1%.
Também tem desempenhado o papel de ladrão mais vezes. São 5,8 desarmes por duelo, contra 5,5 do último Estadual.
Sob a batuta de Vanderlei Luxemburgo, o chileno passou a atuar como segundo atacante. E, apesar de finalizar menos, é mais efetivo. Já anotou três gols em 11 partidas. Nos 13 jogos do Paulista passado, só balançou as redes uma vez. Sua média subiu de 0,08 para 0,27.
"O Valdivia melhorou muito depois que chegamos. Está tomando gosto pelo gol. Temos feito diversos treinos na Academia", declarou Luxemburgo.
A alteração tática também o tornou mais requisitado pelo time. Se antes ele recebia em média 27,1 bolas por jogo, agora é acionado 33,7 vezes.
Por isso que, com ou sem firula, Valdivia tende a repetir mais vezes o "choro" satirizado na celebração de seu gol.
"O Vanderlei tem conversado muito comigo. E agora eu tenho chegado mais próximo da área e tentado aproveitar as chances que estão aparecendo. Quero crescer cada vez mais", afirmou o ídolo do Palmeiras.


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