São Paulo, Quinta-feira, 04 de Março de 1999
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AUTOMOBILISMO
Maioria das equipes se preparou no frio, e Austrália vive o verão
F-1 abre a temporada com receio de "choque térmico"

Reuters
Michael Schumacher (esq.) disputa lance com jogador adversário durante partida de futebol em Melbourne


FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Melbourne

A F-1 inicia oficialmente hoje seu 50º Campeonato Mundial, em Melbourne, Austrália, sob ameaça de um "choque térmico".
À exceção de Williams e BAR, todas as outras equipes fizeram seus testes de pré-temporada sob o frio do inverno europeu.
Em Barcelona, Espanha, única pista onde os 11 times da categoria testaram seus carros, a temperatura média nas últimas semanas foi de 8C.
O clima contrasta com o da Austrália, que vive atualmente o verão. Ontem, na pista de Melbourne, a temperatura ficou em torno de 25C.
A falta de treinos no calor, situação em que os carros são mais exigidos, deve provocar uma sucessão de quebras hoje, no primeiro treino livre para o GP da Austrália, a partir das 11h (21h de Brasília).
Dependendo do poder de reação de cada equipe, o problema pode se estender para o fim-de-semana, já que a meteorologia local prevê calor e pouca umidade nos próximos dias.
As peças mais suscetíveis a falhas causadas por superaquecimento estão no motor, no sistema de transmissão e nos freios.
Para amenizar os efeitos do "choque térmico", BAR e Williams embarcaram há duas semanas para a pista de Kyalami, na África do Sul, onde testaram seus carros.
"Esses treinos em Kyalami devem nos ajudar bastante", disse o piloto brasileiro Ricardo Zonta, 22, que estréia hoje na F-1 pela BAR.
"Muitas peças quebraram nos nossos carros e nos Williams, e isso foi bom para que conhecêssemos as reações de todos os mecanismos no calor. Muita gente deve ter problemas aqui", completou.
Na falta dos principais pilotos -alguns deles, incluindo Michael Schumacher, participaram de um jogo de futebol-, a maior atração na pista foram os boxes da BAR.
Fotógrafos, jornalistas, curiosos e até mecânicos de outras equipes se concentraram em frente às garagens para conhecer os carros e a estrutura do novo time. Com um sorriso nervoso, o escocês Craig Pollock, chefe da BAR, observava a curiosidade dos visitantes.
Em resposta à proibição imposta pela FIA (entidade máxima do automobilismo) de pintar seus carros com patrocinadores diferentes, a BAR decidiu manter o duplo patrocínio nos macacões utilizados pelos pilotos.
Zonta usará o macacão azul e amarelo da marca de cigarros 555. Seu companheiro de equipe, o canadense Jacques Villeneuve, vai estar com o vermelho e branco da Lucky Strike.


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