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LEGISLAÇÃO
Sanção presidencial põe em vigor projeto aprovado no Senado sem mudança em relação ao texto da Câmara
"Lei de moralização" só depende de Lula
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Aprovado ontem no Senado,
sem mudança em relação ao texto
que veio da Câmara, o projeto de
conversão da medida provisória
79 depende só da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.
Será a derradeira oportunidade
para que o projeto seja alterado
antes de virar lei -via vetos-,
pois ele foi votado contrariando
acordo das lideranças da Casa que
previa discussões adicionais.
A MP79, que trata da fiscalização de clubes e federações e de
seus dirigentes, foi editada pelo
governo FHC em novembro passado, com o "corpo" de outra MP
que havia sido derrubada dias antes, a 39, conhecida como de "moralização do futebol".
No momento em que foi aprovada ontem, os líderes estavam
em sessão no Conselho de Ética.
"Foi uma traição ao acordo das
lideranças. Embora concordemos
com a essência do texto, ele ainda
não estava pronto", afirmou Antero Paes de Barros (MT), um dos
senadores designados pelo PSDB
para discutir a questão.
O partido disse que pretende
enviar um pedido formal a Lula
para que sejam vetados dois itens
do projeto. As lideranças do governo e do PT no Senado e não se
manifestaram sobre o assunto.
"Agora dependemos do cavalheirismo do Lula", disse Barros.
Um dos itens condiciona a rescisão de contrato entre atletas e o
contratante à notificação prévia
com antecedência mínima de 15
dias. "A exigência ajuda só os clubes, ela prejudica muito os trabalhadores", afirmou Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO).
O outro limita a um ano a duração dos contratos entre empresários e atletas, sob o argumento de que a Fifa permite até dois anos.
O item foi alvo de reclamação da
associação dos agentes de futebol
(leia-se empresários), que pretendia enviar uma comissão para
tentar dissuadir os senadores.
O texto resistiu ainda a lobbies
de clubes e entidades, que enviaram representantes ao Congresso.
Segundo a Folha apurou, por
exemplo, a CBF contatou parlamentares na terça e defendeu a retirada dos itens que enquadram
na mesma classe, para fiscalização, as federações e os clubes.
Quando aprovado na Câmara,
tanto a base governista como a
oposição (PFL e PSDB) haviam sinalizado também que poderiam
tentar mudar o texto no Senado.
O primeiro porque permitiu a
permanência de um parágrafo
que induz clubes e entidades a virarem empresas -a assessoria
parlamentar do governo crê que a
indução pode ser contestada na
Justiça. Pelo item, os dirigentes
dos que optarem pela mudança
não sujeitarão seus bens particulares caso cometam atos ilícitos.
Já a oposição queria a permanência de dois itens. Um restringia o acesso ao dinheiro público
(via empréstimos e patrocínios)
àqueles que virassem empresas e
outro fazia com que as atividades
no futebol se enquadrassem ao
novo Código Civil.
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