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NATAÇÃO
Em meio a maus resultados, país define seleção
Troféu Brasil distribui vagas em Atenas e testa vocação olímpica
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
A natação pode repetir o ritual
das três últimas Olimpíadas e alcançar o pódio em Atenas?
A resposta para a questão começa a ser elaborada hoje, quando o
Rio abriga a 44ª edição do Troféu
Brasil. O evento define a seleção
que representará o país na Grécia.
Desde o bronze obtido no revezamento 4 x 100 m livre nos Jogos
de Sydney-2000, o país não emplaca um atleta entre os três primeiros nas competições mais importantes da modalidade.
No Mundial de Fukuoka, em
2001, e no de Barcelona, disputado em 2003, nenhum nadador ficou entre os cinco melhores.
Falar em medalha após essas
atuações só não é considerada
uma heresia por causa das recentes marcas logradas pela principal
revelação das piscinas do país nos
últimos anos: Thiago Pereira.
No último Sul-Americano, em
março, no Uruguai, ele nadou os
200 m medley em 2min00s19. A
marca o colocou em uma situação
privilegiada. Em 2004, apenas
dois atletas -um norte-americano e um japonês- conseguiram
completar o evento com um tempo inferior ao do brasileiro.
Mais: Pereira aparece em 13º no
ranking dos melhores nadadores
da prova em todos os tempos,
quando contado apenas o melhor
tempo de cada competidor.
"Se ele já nadar abaixo dos 2 minutos no Troféu, não há como negar sua condição de candidato à
medalha", diz Coaracy Nunes,
presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
Pereira sabe que vive a melhor
fase da curta carreira -ele tem 18
anos-, mas prefere não fazer
previsões. "Pude descansar antes
desse Troféu Brasil, mas não posso dizer com exatidão como vou
nadar. Vamos ver como me sentirei na hora das provas", avisa.
Como comparação, a medalha
de bronze nos 200 m medley no
último Mundial ficou com o australiano Ian Thorpe. Ele completou a prova em 1min59s66, apenas 63 centésimos abaixo do tempo cravado pelo brasileiro.
Há ainda outra motivação para
Pereira: bater um recorde histórico que já perdura por 10 anos.
Na Olimpíada de Los Angeles-1984, Ricardo Prado conquistou a
medalha de prata nos 400 m medley com 4min18s45. De lá para
cá, nenhum nadador da América
do Sul melhorou o tempo.
Carioca de Volta Redonda e
atleta do Minas, Pereira precisa
abaixar pouco mais de um segundo para obter o feito -sua melhor performance é 4min19s89.
Bem longe desse frenesi, atletas
consagrados tentam confirmar
seu lugar na seleção. Dono de
quatro medalhas nos Jogos, Gustavo Borges tem índice nos 100 m
livre. Fernando Scherer, bronze
em Atlanta-1996, também está
pré-classificado nos 50 m livre.
O mais velho na luta por um lugar é Rogério Romero, 33, que integra a equipe nacional desde
Seul-1988. Ele busca ratificar seu
lugar nos 200 m costas.
Até aqui, o país já classificou 10
atletas -sendo duas mulheres-
e três revezamentos para Atenas.
O Troféu Brasil vai até domingo.
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