São Paulo, quinta-feira, 04 de maio de 2006

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Com passe de juiz e confusão, São Paulo elimina o Palmeiras

Campeão do mundo sofre, mas confirma favoritismo e avança às quartas da Taça Libertadores

MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma arrancada heróica. Eram 38min do 2º tempo quando o canhoto Júnior, pela direita, esperneou com Souza, que demorou em acionar o contra-ataque.
Mas após o árbitro Wilson Souza de Mendonça interceptar, sem querer, bola tocada por Gamarra a Marcinho Guerreiro e mudar a posse de bola, um galope do lateral de 32 anos, escapando de uma obstrução digna de futebol americano de Correa, deu ao São Paulo o triunfo sobre o Palmeiras e a vaga nas quartas da Libertadores.
Cristian trombou com Júnior na área, e o são-paulino obteve o pênalti que Rogério converteu, ainda que o árbitro achasse no lance espaço para protagonizar mais um erro.
O juiz, que foi suspenso por três rodadas do Brasileiro pela CBF (por ter impedido um atleta de atuar com uma máscara de proteção) e só apitou ontem porque a competição é organizada pela Conmebol, mandou voltar a cobrança de Rogério. Não ficou claro o motivo, pois o goleiro usou o recurso da paradinha, expediente não mais proibido pela Fifa.
Rogério bateu de novo o pênalti, sem paradinha, mas de novo com gol. Foi seu quinto gol sobre o Palmeiras -sua maior vítima nos 61 gols de sua carreira- e a quarta vez que os tricolores eliminam os alviverdes na Libertadores. Agora são oito jogos entre os dois times pelo torneio, com seis vitórias são-paulinas e dois empates.
O São Paulo espera hoje a definição entre Goiás e Estudiantes, no Serra Dourada. Os argentinos venceram a primeira por 2 a 0.
O 2 a 1 era suficiente e um alívio, para uma equipe que tivera Leandro expulso por falta no palmeirense Edmundo. No lance, o veterano tinha Marcinho Guerreiro ao seu lado, mas segurou a bola.
A expulsão foi um dos raros acertos de um Mendonça, que cansou de errar. Não deu um pênalti do são-paulino Fabão em Washington no primeiro tempo. Nem o toque de mão de Wendel, do Palmeiras, no segundo.
Depois de desviar a bola que propiciou o arranque de Júnior (em passe de Josué), se complicou em lances fáceis e provocou protestos seguidos dos dois times.
Terminou a partida sob protestos do time do Parque Antarctica, que o cercou acintosamente. Na tensão, Marcinho Guerreiro, do Palmeiras, levou um cartão vermelho após o apito final.
Desde o início, o time de Muricy Ramalho foi superior. No primeiro tempo, o banho de bola culminou nos 12 chutes a gol do São Paulo, contra apenas dois do Palmeiras. Uma bola no travessão de Danilo, em passe de Aloísio, foi o cartão tricolor de boas-vindas.
Longe de ser um jogo bonito, o Morumbi viu uma partida disputada duelo por duelo. Aloísio enfrentava Thiago Gomes na área palmeirense. Wendel colou em Danilo. O zagueiro Lugano cuidava de Washington, enquanto Edmundo era acossado pelo defensor André Dias.
O primeiro gol saiu justamente de uma dessas disputas. Souza cruzou para a área, e Aloísio, livre, cabeceou. Depois da defesa parcial de Sérgio, Thiago Gomes tentou despachar a bola, que foi rebatida por Aloísio: 1 a 0
Nessa disputa homem a homem, o meia Marcinho sentiu a coxa e deixou o gramado. Cristian o substituiu, ainda no primeiro tempo. O Palmeiras parecia entregue e, no segundo tempo, o cansaço físico se revelou.
Mesmo assim, o Palmeiras tirou forças para empatar a partida, numa jogada de Correa, aos 13min do segundo tempo. Ele cobrou falta que Washington cabeceou, livre da marcação de Fabão.
A arrancada de Júnior sepultou o sonho palmeirense de sair da crise, que deve abreviar a experiência do técnico interino Marcelo Vilar no time.


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