São Paulo, domingo, 04 de junho de 2000


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F-1
Ferrarista quer marcar, pela 42ª vez em sua carreira, a volta mais rápida e se tornar recordista na história da categoria
Schumacher, pole, corre atrás de recorde

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

Em uma só volta, o alemão Michael Schumacher chegou ontem a duas proezas. Obteve a pole position para o GP de Mônaco e isolou-se na condição de piloto que mais vezes largou do primeiro posto do grid na atual F-1.
De quebra, viu seu maior concorrente pelo título se dar mal. O finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, foi atrapalhado por acidentes em duas das suas três tentativas de marcar tempo e larga apenas na quinta posição.
Com uma surpresa ao seu lado do grid, o italiano Jarno Trulli, da Jordan, Schumacher tem ainda mais possibilidades de conquistar hoje, além da vitória, um recorde histórico.
O GP de Mônaco, sétima etapa da temporada, começa às 9h (de Brasília), com TV.
Caso marque a volta mais rápida da corrida, o alemão chegará a 42 e se tornará o recordista absoluto de todos os 50 anos da F-1. Com 41, hoje ele está empatado com o tetracampeão Alain Prost.
Será o primeiro recorde em números absolutos conquistado por Schumacher desde a sua estréia na categoria, há nove anos.
Se cravar a volta mais rápida hoje, o ferrarista finalmente, depois de dois títulos mundiais, se tornará um dos melhores da história, também nas estatísticas.
A marca é apenas a primeira de uma série que está para ser alcançada por Schumacher em um futuro próximo.
Ele está, por exemplo, a 13 vitórias de se tornar o maior vencedor da F-1 -pelas suas próprias contas, isso deve acontecer no ano que vem.
Em 2001, Schumacher pode se tornar também o piloto que mais voltas liderou (está com 2.231, contra 2.987 do recordista Ayrton Senna) e que mais pontos conquistou (tem 616, diferença de 173,5 para Prost, líder no item).
Entre os pilotos em atividade, a supremacia de Schumacher é ainda mais evidente. O único que chega a concorrer com ele em alguns quesitos é Hakkinen.
Até ontem de manhã ambos estavam empatados em pole positions, com 24 para cada lado.
Ao marcar 1min19s475, faltando oito minutos para o fim do treino oficial, o piloto alemão passou à frente.
Schumacher não conseguia esconder a satisfação, ontem, com o resultado da sessão. Ao deixar o carro, vibrou muito, abraçado aos mecânicos da Ferrari.
"Foi uma sessão quase perfeita. O único problema é que meu carro ainda estava saindo um pouco de traseira, o que pode ter me custado um ou dois décimos de segundo", afirmou.
"Estar na pole em Mônaco, com o Mika (Hakkinen) em quinto lugar, é uma boa situação para um início de corrida."
Durante toda a semana, Schumacher veio destacando a importância de largar na frente em Mônaco. O único circuito de rua do calendário é, também, o mais difícil de conseguir ultrapassagens.
"Apesar de saber das minhas chances, preciso conter a euforia. A corrida é longa e tudo pode acontecer. Já vimos pilotos vencerem aqui mesmo largando lá de trás", completou o alemão.
Anteontem, tradicional dia de folga par a F-1 em Mônaco, Schumacher viajou de helicóptero do principado até Fiorano, o circuito particular de testes da Ferrari.
Lá, percorreu 42 km, mas preocupou-se principalmente em treinar largadas. "Um bom início de corrida será vital. A pole em si não é tão importante. O que vale mesmo é estar na primeira fila."
Companheiro de Schumacher, Rubens Barrichello larga em sexto, sua pior posição no grid pela Ferrari (leia texto abaixo).
Trulli, que obteve a melhor posição de largada da sua vida, disse que não imaginava, antes do treino, que poderia estar ao lado de Schumacher no grid.
"Tenho que confessar que estou um pouco surpreso sim", declarou, ao ser indagado pelos repórteres que o cercaram ainda no pit lane. "Sofri muito no treino de quinta-feira. Eu preciso dedicar essa colocação à toda a equipe, que fez um excelente trabalho para melhorar o carro."
Contrastando com a alegria dos pilotos que largam à frente, Hakkinen, de cara fechada, não se conformava com os acidentes de Gaston Mazzacane e Marc Gené, bem quando ele abria suas voltas.
"É óbvio que não estou onde eu queria. Parecia que era só eu sair na pista que alguém batia. Mas amanhã (hoje) é outro dia."
NA TV - GP de Mônaco, Globo, ao vivo, às 9h (de Brasília)


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