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JUCA KFOURI
Interrupção bendita e maldita
A parada do Brasileirão será boa para a maioria dos times e ruim para poucos, mas até estes têm como aproveitá-la
É HOJE e fim.
Campeonato Brasileiro só
daqui a seis semanas.
Então, depois deste domingo, o
primeiro quarto do campeonato já
terá ido, e ninguém pode prever como serão os 3/4 restantes.
Quem perderá jogadores, quem se
reforçará e quem saberá aproveitar
o intervalo são perguntas impossíveis de serem dadas agora, ainda
mais em Frankfurt -onde já se encontra este colunista se o avião não
achou de fazer alguma graça sem
graça anteontem.
Se fez, você, ao menos, não só estará livre de mim como está lendo
uma coluna realmente de despedida, coisa rara.
Colunista que confessa: preferia
estar aí para ver o que rolará hoje pelos gramados brasileiros a estar aqui
à espera de mais um amistoso, necessário, mas sem maior importância, da seleção brasileira, diante da
Nova Zelândia.
Clubes organizados como São
Paulo, com uma parada dura hoje
em Caxias para se manter na liderança, Cruzeiro, Inter, Santos e
Goiás haverão de saber usar o intervalo para voltar mais fortes.
Não por outro motivo, ao lado do
Fluminense, todos verão a Copa do
Mundo alimentando o sonho de ganhar o Brasileirão.
Não deveria ser, ao contrário, mas
é oposta a situação dos que namoram o rebaixamento.
Santa Cruz e Palmeiras já sabem
que assistirão à Copa do Mundo de
lanterna na mão.
Os pernambucanos, provavelmente, sem ter muito o que fazer para reagir na volta do Brasileirão.
Mas os palmeirenses com a obrigação de arrumar a casa e se reforçar, embora esteja claro que sobram
boa vontade e honestidade de propósitos no Parque Antarctica e faltam competência e profissionalismo por lá.
Já gigantes como Corinthians e
Flamengo (que clássico, hein?), entre outros menos votados, também
correm o mesmo risco.
Se ninguém tem dúvida de que o
São Paulo de tudo fará para se antecipar a eventuais perdas em seu
elenco; se todos têm certeza de que
Vanderlei Luxemburgo buscará
qualidade para acrescentar à eficiência que alcançou neste primeiro
quarto da competição (e o Santos
tem tudo para chegar aos 20 pontos
hoje diante do Botafogo, na Vila Belmiro), sobram interrogações em relação a clubes como Flamengo, Corinthians, Botafogo, Vasco etc.
E por quê?
Porque no Botafogo falta dinheiro. E em casa que não tem pão todos
brigam e ninguém tem razão.
Porque no Vasco sobram arbitrariedade e uma visão ultrapassada de
futebol.
Porque o Flamengo é uma casa de
malucos, de jogadas mirabolantes,
de busca incessante de invenções
que não deram certo no passado,
mas que são repetidas à exaustão
hoje, como farsa, como tragédia, sobretudo como drama para milhões
de torcedores rubro-negros.
E porque, no caso do Corinthians,
de todos o que tem melhor situação,
porque está rico e repleto de estrelas, as relações se esgarçaram a tal
ponto que ninguém acredita em
ninguém, ninguém confia em ninguém, e a modernização que se prometeu virou uma sucessão de vexames que custa crer que esteja acontecendo no Parque São Jorge.
Tudo indica, portanto que quem
está no topo da tabela saberá usar a
interrupção para não perder o embalo e recomeçar ainda mais forte.
Claro, ganhar o título deve ser o objetivo de todo clube grande, e para
tanto é preciso planejar os mínimos
detalhes.
E, se no horizonte de um clube
grande o rebaixamento deveria ser
visto como piada de mau gosto (como a do avião), os que andam perto
dele bem que poderiam se organizar
para evitá-lo. Duvideodó.
@ - blogdojuca@uol.com.br
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