São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2007

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JUCA KFOURI

O Corinthians está se achando


O melhor classificado dos paulistas no Brasileirão deu mais uma demonstração de que está no rumo certo


O SANTOS resolveu correr o risco, pode até ter perdido Maldonado para o jogo contra o Grêmio, mas se deu bem.
Obteve um empate daqueles de manter acesa a chama da torcida, com um segundo tempo em que encurralou o bravo Corinthians, exemplo de dedicação como há muito não dava. O santista viu que pode acreditar numa virada na Libertadores.
Porque o clássico na Vila Belmiro mostrou um Santos mais agudo, insinuante, tecnicamente superior mesmo com seu time misto, e um Corinthians seríssimo, respeitável, que poderia até ter matado o jogo no primeiro tempo.
O Santos, não é novidade alguma, é um time formado e bem montado por Vanderlei Luxemburgo.
Já o Corinthians não, ainda está se achando, no sentido original da palavra, de quem procura um jeito e não no moderno, de quem se julga melhor do que é.
E deve o progresso à presença de Paulo César Carpegiani e à bendita ausência da alta (?!) direção do clube do país.
Se o Corinthians se acha, o Palmeiras se perdeu surpreendido por um Cruzeiro que veio a São Paulo para se defender e contra-atacar, consciente de sua má fase.
Mas o Palmeiras enfiou quatro bolas nas traves mineiras, dirá o torcedor. E é verdade. Só que o Cruzeiro meteu três bolas nas redes paulistas, que é o que vale.
Valdivia faz falta, muita falta.
Como falta fez, mas no outro sentido, o goleiro do Paraná Clube sobre Aloísio. O suficiente para Rogério Ceni decretar na cobrança o fim de mais um invicto no Brasileirão, num jogo em que, mais uma vez, o tricolor paulista demorou a se encontrar, mas que acabou por vencer graças a ter sido superior no segundo tempo.
Por enquanto, quem lidera o campeonato é o time que tem jogado o futebol mais bonito, o Botafogo.
Como dizem que boniteza não se põe na mesa, veremos por quanto tempo. Embora a beleza seja sempre muito bem-vinda.

Altitude
Apesar de não ser médico e de jamais ter jogado na altitude (desculpe, doutor Tostão...), só trabalhado, e sofrido, também apoio a proibição imposta pela Fifa.
Lastimo que a entidade tenha definido o limite de 2.500 m, clara atitude para não mexer com o México, mercado poderoso e influente, graças aos Azcárragas, família dona do Estádio Azteca, do América e da maior rede de TV em língua espanhola do mundo, a Televisa.
Mas é melhor uma medida 50% correta do que permanecer 100% errado, como se o problema não existisse.
E não passam de demagogia as demonstrações atléticas de Evo Morales, o presidente boliviano.
Porque ninguém jamais disse que quem nasce a 4.000 m não pode praticar esportes.
O que se diz, e se prova, é que quem não nasceu na altitude tem prejuízos físicos e desvantagens esportivas gritantes ao atuar nas alturas, caso da esmagadora maioria da humanidade.
Ainda se dissesse que os países com cidades tão acima do nível do mar não têm opções, vá lá. Mas não é o caso, como também se sabe.

blogdojuca@uol.com.br


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