São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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Rio aposta em Pan, PAC e pesquisa por Jogos-16

Segundo COB e governo, cidade mostrou que pode organizar grandes eventos

COI define hoje se, pela 1ª vez na história, brasileiros passarão da etapa inicial de seleção que decide quem recebe edição da Olimpíada

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Olímpico Brasileiro e diferentes esferas de governo apostam no Pan para que pela primeira vez uma candidatura olímpica brasileira sobreviva à fase inicial de seleção.
Segundo o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento obras de infra-estrutura no Rio, que terão impacto sobre uma eventual edição da Olimpíada-16.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional, o belga Jacques Rogge, revela hoje, às 12h30 (horário de Brasília), quais das sete cidades inscritas prosseguirão na disputa para receber a Olimpíada de 2016.
Não existe um piso ou um teto, mas tradicionalmente o número oscila de três a cinco.
O Brasil já tentou receber uma edição dos Jogos Olímpicos em três oportunidades.
Em 92, Brasília se candidatou aos Jogos-00 e, em 95, o Rio se candidatou à Olimpíada-04. Em 2004, a cidade carioca naufragou na tentativa por 2012.
Nessa última ocasião, foi o item ""poder de viabilidade de projetos" que mais prejuízo impôs à candidatura brasileira.
À época o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, disse que se tratava de um item novo, apesar de ele ter sido utilizado em peneira anterior.
""Com o Pan, isso foi superado", argumenta o ministro do Esporte. ""Falar "posso organizar uma Olimpíada" é uma coisa, mostrar com a organização do Pan que temos condições de fazê-lo é outra. Dizer que "podemos garantir a segurança" é uma coisa, mostrar isso no Pan é outra", completa Silva Jr.
""Na comparação com as notas de 2012, os pontos que nos desclassificaram estão superados com o que foi feito no Pan", aponta o prefeito do Rio, Cesar Maia, que acompanhará em Atenas a decisão ao lado de Silva Jr., Nuzman, o governador do Rio, Sergio Cabral, e João Havelange, membro do COI.
O sentimento é ecoado pelo COB, na figura de Nuzman. ""A situação econômica do país evoluiu substancialmente nos últimos quatro anos, colocando o Brasil hoje no mesmo patamar de confiabilidade dos nossos principais concorrentes."
Segundo o Ministério do Esporte, dentro desse item, um outro dado foi encaminhado ao COI. ""Mostramos que o PAC, um programa do governo federal, prevê obras de infra-estrutura que beneficiarão diretamente os Jogos", diz Silva Jr.
Apesar da falta de manifestações populares ostensivas, como o abraço na praia de Copacabana, que marcou a campanha do Rio para 2012, Nuzman afirma que ""pesquisas de opinião indicam que 78% dos cariocas e fluminenses apóiam a Olimpíada de 2016 no Rio".
A cidade brasileira concorre com seis outras: Madri, Chicago, Tóquio, Doha, Praga e Baku.
Apesar de os envolvidos com a campanha preferirem o silêncio quando o assunto são os próximos passos da candidatura, se o Rio prosseguir na disputa olímpica, é certo que um comitê de candidatura bastante representativo será formado.
Ele terá a participação da iniciativa privada, mais ou menos nos moldes do comitê de postulação de São Paulo, quando concorreu internamente com o Rio para representar o Brasil na disputa por 2012. Na ocasião, com Marta Suplicy como presidente, o comitê teve participação do empresário Abílio Diniz.
A Folha apurou que empresários do Rio já estiveram no COI, em Lausanne, depois que o processo por 2016 teve início.
O plano de campanha do Rio dependerá de quantas cidades seguirem na corrida olímpica.


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