São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2000


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FUTEBOL
Treinador e atacante do São Paulo adotaram discurso político e evitaram atrito antes da final da Copa do Brasil
França e Culpi recuam para abafar crise

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante França e o técnico Levir Culpi recuaram e evitaram que uma crise entre os dois prejudicasse o São Paulo na semana decisiva da Copa do Brasil. Amanhã, no Morumbi, acontece o primeiro jogo contra o Cruzeiro.
Anteontem, o jogador deixou o gramado reclamado de ser substituído por Carlos Miguel no segundo tempo do empate em 3 a 3 com o Atlético-MG, no Mineirão, pelas semifinais.
Segundo um amigo do jogador, que pediu para não ser identificado, França afirmou que estava chateado com o técnico por entender que não merecia sair.
O treinador deu entrevistas criticando o desempenho do time e, principalmente, do atacante.
Ontem, mais calmos, os dois adotaram um discurso político e abafaram o desentendimento.
"Não foi só o França que errou, todos nós erramos", disse Culpi.
França negou que tenha se irritado com a substituição. "Fiquei chateado com o meu desempenho. Perdi chances de gol e errei vários passes, por isso deixei o campo cabisbaixo", falou.
Além de dizer que falhou, o jogador culpou o desgaste físico por parte dos erros que cometeu.
França já havia dito estar cansado no primeiro jogo contra o Atlético-MG, na última quinta-feira. Horas depois de enfrentar o Uruguai, quarta-feira, no Maracanã, pela seleção brasileira, ele embarcou para São Paulo e entrou em campo no dia seguinte.
"Não estou mais na mesma forma, meus reflexos não estão tão bons. Já falei para o Levir que estou cansado, mas vou me superar. Não é hora de sair do time."
França negou que indefinição sobre o clube que defenderá após a Copa do Brasil esteja prejudicando o seu desempenho.
As negociações do São Paulo com a Fiorentina (Itália) estão se arrastando, além de outros clubes, como o Paris Saint-Germain (França), terem interesse.
"Procuro não me envolver com isso", declarou. Apesar de dizer que as negociações não interferem em seu desempenho, França afirmou que preferia jogar com a sua situação definida.
"Já falaram tanta coisa que não acredito mais em ninguém. Essa é uma situação chata, seria melhor se tudo já estivesse resolvido."
Desde o começo de janeiro, o atacante afirma que pensa em jogar na Europa ainda este ano. Seu passe está avaliado em US$ 20 milhões. Os dirigentes são-paulinos continuam evitando falar sobre a venda de França.
Mais animado do que o atacante, Marcelinho, autor dos três gols contra o Atlético-MG, afirmou ontem, após o treino, que vive a expectativa de ser convocado pelo técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo.
"Espero ser lembrado pelo Wanderley. Se continuar com os pés no chão e mantiver a humildade, vou ter uma chance na seleção brasileira", disse.
Após fazer os gols da classificação de seu time para a final da Copa do Brasil, Marcelinho decidiu cumprir uma promessa feita durante o Campeonato Paulista.
Ele havia dito que tingiria o cabelo de amarelo, caso o São Paulo fosse campeão, e apareceu ontem no CT com o novo visual.
"Além da promessa, apostei com alguns amigos que faria isso. Mas não vou ficar loiro por muito tempo", disse.
O volante Axel se recuperou de uma contusão no joelho esquerdo, mas não voltará ao time amanhã. Ele pode ficar na reserva no segundo jogo, sábado.


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