São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2001

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Garotos têm jogos o ano inteiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Sebastián Battaglia completou 14 anos no mês passado. Ele joga no Boca Juniors, o clube mais popular da Argentina.
Caso se profissionalize com 20 anos, irá disputar 192 partidas apenas pelos seis campeonatos nacionais amadores que a AFA (Associação de Futebol Argentino) organiza simultaneamente para os clubes da elite do país.
No caso do maior vizinho brasileiro, competições de garotos não são copas, que duram menos de um mês e os times são formados na véspera, como os mais tradicionais torneios de várzea, sem falar na adulteração da idade dos jogadores, como aconteceu na última Copa São Paulo com o Roma, campeão da competição.
Na Argentina, os jovens a partir de 14 anos disputam um campeonato nos mesmos moldes que os profissionais. Assim, acontece um torneio no primeiro semestre e outro no segundo, com todos jogando contra todos, o que deixa os jogadores em atividade durante toda a temporada.
Enquanto isso, o Brasil nunca teve um campeonato nacional de verdade organizado pela CBF.
A chance de um garoto de fora dos grandes centros mostrar suas habilidades acontece basicamente na Copa São Paulo, disputada no início de cada ano e hoje marcada pela violência das torcidas nas arquibancadas.
Assim, a oportunidade de ficar conhecido e trocar de clube se resume a meia dúzia de partidas, ou 270 minutos para quem só joga a primeira fase, é titular de sua equipe e não é substituído. (PC)



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