EDUARDO ARRUDA
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de ter derrotado o Corinthians na final da Copa do Brasil, provocando uma crise na equipe paulista, o técnico Tite voltou a conturbar o ambiente no Parque São Jorge.
O treinador gremista disse a um amigo, em Porto Alegre, ter sido procurado por um emissário enviado por Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol do Corinthians, interessado em saber se Tite gostaria de dirigir o clube no Brasileiro-2001. Segundo o técnico, não houve acordo, e ele continuará no Grêmio.
À Folha, Citadini negou que tenha mandado um representante para o Rio Grande do Sul a fim de convidar o treinador para assumir o lugar de Wanderley Luxemburgo. Segundo ele, o ex-técnico da seleção prossegue no clube.
"Nunca houve contato nenhum [com o Tite" . Não é a minha maneira de trabalhar", afirmou.
"Não faria sentido eu procurar um novo técnico se passei os últimos dias discutindo o planejamento do segundo semestre com o Wanderley [Luxemburgo"."
O episódio, no entanto, pode criar uma nova rusga na relação entre o dirigente e o treinador, estremecida durante as finais da Copa do Brasil, no mês passado.
O primeiro atrito entre ele e Luxemburgo ocorreu na véspera da primeira partida da decisão contra o Grêmio, quando o técnico imaginava que seria convidado para voltar à seleção brasileira.
Na ocasião, ele levou uma bronca da direção corintiana, que o avisou que, se fosse dirigir o Brasil, passaria a ter no Corinthians um novo inimigo.
Em Porto Alegre, no empate por 2 a 2 com o Grêmio, a situação piorou porque a diretoria achou que o técnico mexeu mal no time.
Durante a semana que antecedeu o último jogo da final, Luxemburgo, ao ver Luiz Felipe Scolari assumir a seleção, teria entrado em depressão e dado pouca importância à decisão.
E mais. Segundo a diretoria, teria inventado que foi sondado para dirigir o Barcelona e, em seguida, após a péssima atuação na final, que os prêmios por vitória estavam atrasados e que garotas de programa teriam frequentado a concentração do time, prejudicando o rendimento em campo.
Outra divergência entre Citadini e Luxemburgo deu-se em relação à escalação. Os dois não se entendem em relação à presença do goleiro Maurício e do zagueiro João Carlos. Luxemburgo defende a dupla, e a diretoria a critica.
Luxemburgo reclama ainda da diretoria nos casos Rincón e André Luiz. Os dois, que estavam em seus planos, não defenderão o Corinthians. Rincón foi para o Cruzeiro, e André voltou ao Tenerife.
"Tenho minhas diferenças com ele, mas sou transparente com o Luxemburgo", disse Citadini. A reportagem tentou falar com Luxemburgo, mas não o localizou.



Texto Anterior: Futebol: Dodô não disputa amistosos no México
Próximo Texto: Santistas emperram transferência de Deivid
Índice