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FUTEBOL
Desde 2000, clubes do país caíram em 6 mata-matas contra os vizinhos
Brasil vira freguês de times argentinos na Libertadores
ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O fiasco do Santos na decisão da
Taça Libertadores da América
comprovou o que os mata-matas
do torneio deixam evidente desde
2000: os clubes brasileiros são fregueses dos argentinos.
Nas últimas quatro edições da
competição, times dos dois países
se enfrentaram em oito confrontos eliminatórios. E a Argentina
levou a melhor em seis deles.
Em 2003, a disparidade atingiu
o ápice. Foram três confrontos,
todos vencidos pelos platinos.
Pior: em seis jogos disputados, o
Brasil só venceu um, o 1 a 0 do
Paysandu em La Bombonera.
A sina de reveses brasileiros foi
inaugurada pelo Palmeiras, último clube nacional campeão da
Libertadores, em 1999, sob comando de Luiz Felipe Scolari.
No ano seguinte, a equipe encontrou o Boca Juniors na decisão. Não perdeu (foram dois empates de 2 a 2), mas deixou o título
escapar nos pênaltis.
Em 2001, o Boca Juniors voltaria
a desclassificar seus vizinhos. Nas
quartas-de-final, eliminou o Vasco com duas vitórias. Nas semifinais, mais dois empates com o Palmeiras -e novamente o
triunfo na decisão por pênaltis.
Apenas dois brasileiros fugiram
à regra nos últimos anos: o Corinthians, que eliminou o Rosario
em 2000, e o Grêmio, que superou
o River Plate no ano passado.
O retrospecto geral dos confrontos entre Brasil e Argentina
na Libertadores também aponta
uma vantagem bastante significativa para os adversários.
Os argentinos venceram 41 dos
87 jogos (47% do total).
Os brasileiros conquistaram 33
vitórias, ou 38%. Cinco delas ajudaram Santos (sobre o Boca, em
63), Cruzeiro (River, em 76) e São
Paulo (Newell's, em 92) a levantar
o cobiçado troféu.
O desequilíbrio no retrospecto
-que por 18 edições do torneio
foi bastante parelho- tem dois
momentos-chave.
Um deles é a participação desastrosa do Atlético-MG na edição de
78. O clube mineiro perdeu três
das quatro partidas que disputou
contra Boca e River.
Em 1985, a vexatória campanha
de Fluminense e Vasco na primeira fase, contra Argentinos Juniors
e Ferrocarril, completou o serviço. Os cariocas perderam seis vezes e não ganharam nenhuma.
Só 13 empates foram registrados na história (15%), o primeiro
deles apenas em 1977, justamente
na final entre Boca Juniors e Cruzeiro. Que, para variar, foi vencida
pelos argentinos nos pênaltis.
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