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São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2003

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FUTEBOL

Desde 2000, clubes do país caíram em 6 mata-matas contra os vizinhos

Brasil vira freguês de times argentinos na Libertadores

ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O fiasco do Santos na decisão da Taça Libertadores da América comprovou o que os mata-matas do torneio deixam evidente desde 2000: os clubes brasileiros são fregueses dos argentinos.
Nas últimas quatro edições da competição, times dos dois países se enfrentaram em oito confrontos eliminatórios. E a Argentina levou a melhor em seis deles.
Em 2003, a disparidade atingiu o ápice. Foram três confrontos, todos vencidos pelos platinos. Pior: em seis jogos disputados, o Brasil só venceu um, o 1 a 0 do Paysandu em La Bombonera.
A sina de reveses brasileiros foi inaugurada pelo Palmeiras, último clube nacional campeão da Libertadores, em 1999, sob comando de Luiz Felipe Scolari.
No ano seguinte, a equipe encontrou o Boca Juniors na decisão. Não perdeu (foram dois empates de 2 a 2), mas deixou o título escapar nos pênaltis.
Em 2001, o Boca Juniors voltaria a desclassificar seus vizinhos. Nas quartas-de-final, eliminou o Vasco com duas vitórias. Nas semifinais, mais dois empates com o Palmeiras -e novamente o triunfo na decisão por pênaltis.
Apenas dois brasileiros fugiram à regra nos últimos anos: o Corinthians, que eliminou o Rosario em 2000, e o Grêmio, que superou o River Plate no ano passado.
O retrospecto geral dos confrontos entre Brasil e Argentina na Libertadores também aponta uma vantagem bastante significativa para os adversários.
Os argentinos venceram 41 dos 87 jogos (47% do total).
Os brasileiros conquistaram 33 vitórias, ou 38%. Cinco delas ajudaram Santos (sobre o Boca, em 63), Cruzeiro (River, em 76) e São Paulo (Newell's, em 92) a levantar o cobiçado troféu.
O desequilíbrio no retrospecto -que por 18 edições do torneio foi bastante parelho- tem dois momentos-chave.
Um deles é a participação desastrosa do Atlético-MG na edição de 78. O clube mineiro perdeu três das quatro partidas que disputou contra Boca e River.
Em 1985, a vexatória campanha de Fluminense e Vasco na primeira fase, contra Argentinos Juniors e Ferrocarril, completou o serviço. Os cariocas perderam seis vezes e não ganharam nenhuma.
Só 13 empates foram registrados na história (15%), o primeiro deles apenas em 1977, justamente na final entre Boca Juniors e Cruzeiro. Que, para variar, foi vencida pelos argentinos nos pênaltis.


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