São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2005

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FUTEBOL

Time joga mal, empata com Juventude e espera volta de seu maior ídolo

Sem Robinho, Santos entra em depressão e fica no zero

DA REPORTAGEM LOCAL

O Santos entrou em depressão, assim como seu maior ídolo. Ontem, sem o atacante Robinho, o time demonstrou apatia e só empatou com o Juventude, por 0 a 0, em plena Vila Belmiro.
O resultado deixou evidente a falta ao time litorâneo que faz Robinho, que pediu para ser negociado com o Real Madrid -a diretoria santista bateu o pé e fala que o atleta, que tem contrato até 2008, só sai após a Copa-2006.
Robinho, segundo seu agente, Wagner Ribeiro, está triste e magoado. Nos últimos dias, faltou aos treinos da equipe.
Mas, mesmo contrariado, vai anunciar em entrevista coletiva hoje, em um hotel da capital paulista, que cumprirá seu contrato com o clube da Vila Belmiro.
A estratégia visa impedir que o atleta passe de "menino da Vila" a "bad boy", como já tem sido visto por parte dos torcedores.
As últimas declarações de Robinho evidenciaram uma crise com o presidente Marcelo Teixeira, o que Wagner Ribeiro, seu empresário, nega. O agente, entretanto, afirmou que a última reunião entre Robinho e o dirigente teve de ser interrompida porque "os ânimos estavam ficando exaltados."
O Real Madrid ofereceu US$ 25 milhões -cerca de R$ 59 milhões- para ter o craque e suas pedaladas. O Santos, que detém 60% dos direitos do atleta, exige o pagamento da multa rescisória de US$ 50 milhões para liberá-lo.
Apesar de permanecer em Santos, Robinho quer descansar até sexta-feira, mas a diretoria não está disposta a aceitar. Quer o atleta no próximo jogo, contra o Goiás.
Sem Robinho, faltou criatividade ontem ao Santos. Bem marcado, Ricardinho, o homem de criação de Gallo, sumiu no meio dos jogadores do Juventude. Com o time esfacelado, sem vários titulares -além de Robinho, Deivid, Bóvio e Zé Elias-, os santistas também esbarravam na falta de entrosamento entre eles.
Os gaúchos, que atuaram com três zagueiros, também estabeleceram obstáculos ao rival. A forte marcação da equipe de Ivo Wortmann neutralizava com facilidade as tentativas do time da casa.
Além disso, o Juventude assustava nas bolas levantadas na área.
Mas foi em um arremate de Zé Carlos, de fora da área, que o visitante quase surpreendeu. A bola passou rente à trave, na melhor e única chance real de gol do time na primeira etapa.
Para piorar, aos 34min, o meia Tcheco, contundido, teve de ser substituído. Em seu lugar entrou o volante Élder, que pediu para ser chamado de Xuxa.
O jogo não se alterou taticamente com a mudança. As dificuldades continuavam, e apenas em um lance individual de Léo, que voltou ao time ontem após defender a seleção na Copa das Confederações, é que o Santos assustou.
O lateral roubou a bola de Magal, driblou o goleiro Doni e chutou. O ex-santista Antônio Carlos salvou quase em cima da linha.
A exemplo de Robinho, Léo também manifestou desejo de sair. Ontem, ao ser questionado sobre qual clube europeu está interessado nele, desconversou. "Não vou falar sobre isso. Minha vida já está muito complicada."
Antes do final do primeiro tempo, Giovanni teve sua chance, mas Doni fez boa defesa e evitou o gol.
O ritmo na etapa final foi ainda mais arrastado. Os espaços diminuíram, as chances de gol rarearam. E, pior para Gallo, o Juventude jogava melhor que o Santos.
O time de Caxias do Sul levava perigo pela direita com Magal, e, em boa trama, o atacante Zé Carlos, na área, chutou com bastante perigo, à esquerda da meta de Mauro. Ele voltaria, minutos depois, a desperdiçar a melhor chance do confronto: na frente de Mauro, chutou por cima do gol.
O Santos só conseguiu chegar aos 23min, em chute de Basílio defendido por Doni.
Zé Carlos, maior finalizador do Juventude, com cinco tentativas, assustou novamente em cobrança de falta. Mas não era o dia dele, nem dos gols, na Vila Belmiro.


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