São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2005

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VÔLEI

Os quatro finalistas

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Quem será o grande campeão da Liga Mundial: Brasil, Cuba, Polônia ou Sérvia e Montenegro? Está certo que a seleção brasileira ainda apresenta algumas irregularidades, principalmente no saque e no bloqueio, mas aposto minhas fichas nela. A batalha vai ser dura e começa na sexta-feira, em Belgrado.
Nos dois confrontos com a Venezuela no fim de semana, o Brasil mostrou muitas oscilações. No sábado, foi bem com a formação titular (Giba, Dante, Gustavo, Rodrigão, Ricardinho e André). Domingo, contra uma Venezuela reforçada de seu principal atacante, Harry Gomez, já apresentou problemas.
Está certo que Bernardinho aproveitou o jogo para dar ritmo a alguns atletas. Colocou André Heller no lugar de Rodrigão e Anderson em vez de André Nascimento. O levantador Ricardinho não estava tão inspirado e ficou no banco nos dois últimos sets. O time venceu, mas pode jogar bem melhor nas finais.
A surpresa é a ausência da Itália. Pela primeira vez, em 16 edições de Liga Mundial, os italianos, os maiores campeões do torneio com oito títulos, não chegaram à fase final. Crise à vista. O técnico Gian Paolo Montali tem que ficar esperto. Se o time não for bem no Europeu, ele pode dançar.
A seleção italiana sofreu com uma série de contusões seguidas, a última delas foi a de Fei, o principal atacante da equipe. Ele não atuou nos últimos jogos da fase classificatória. Sem a Itália, um time de tradição que cresce em decisões, o caminho brasileiro em direção ao título fica mais suave.
Dos finalistas, a surpresa é Cuba, que estava na chave da Itália. Vale lembrar que a seleção cubana foi reestruturada em 2002, quando seis jogadores desertaram e pediram asilo na Itália. O time nem se classificou para os Jogos de Atenas. Ou seja, em três anos, eles praticamente montaram uma nova equipe.
No mês passado, o levantador Javier Gonzalez, 22 anos, seguiu o mesmo caminho e pediu asilo na Itália. Mesmo abalada, Cuba teve grandes resultados: venceu Itália, Bulgária e França e foi a líder do grupo. A maior qualidade do time é um saque poderoso, que tem destruído recepções adversárias.
A Polônia ganhou novo técnico nesta temporada, o competente argentino Raul Lozano. E ele chegou pensando grande: quer pôr o time entre os quatro melhores do mundo. Para isso, conta com uma geração campeã mundial juvenil e com atletas altos. A média, dos 18 inscritos na Liga, é 1,98 m.
Nos Jogos de Atenas, a maior façanha da Polônia foi ter vencido a Sérvia e Montenegro, que defendia o título olímpico, por 3 sets a 0. Nas quartas-de-final, foi arrasada pelo Brasil também por 3 a 0. O time acabou a Olimpíada em sétimo lugar na classificação, à frente de Sérvia e França.
Como sede das finais, a Sérvia disputou a primeira fase com a vantagem de estar classificada. Suas estrelas tiveram férias esticadas e só reforçaram o time nas últimas rodadas. É uma seleção com grandes jogadores como Ivan Miljkovic, mas sempre é uma surpresa. Pode tanto ser campeã como ficar em último lugar.

Tropeço português
A seleção portuguesa, a única que venceu o Brasil na Liga Mundial, merecia sorte melhor. Perdeu os dois últimos jogos da fase de classificação para o Japão, o único que ainda não tinha vitórias no torneio. No sábado, a derrota de Portugal foi por 3 sets a 2. Ontem, por 3 a 0. Os jogos foram em Tóquio, e a justificativa foi o cansaço da viagem.

Poder chinês
Depois de perder o título do Torneio de Montreux para o Brasil no mês passado, as chinesas não querem mais saber de vacilo. Ontem, pelo Grand Prix, marcaram, com precisão, a seleção brasileira e venceram fácil: 3 sets a 0. China e Cuba são as únicas invictas com seis vitórias, mas a vantagem é das asiáticas, que só perderam um set. Com uma derrota, o Brasil tem a terceira melhor campanha.

E-mail cidasan@uol.com.br


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