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VÔLEI
Os quatro finalistas
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Quem será o grande campeão
da Liga Mundial: Brasil, Cuba, Polônia ou Sérvia e Montenegro? Está certo que a seleção brasileira ainda apresenta algumas
irregularidades, principalmente
no saque e no bloqueio, mas aposto minhas fichas nela. A batalha
vai ser dura e começa na sexta-feira, em Belgrado.
Nos dois confrontos com a Venezuela no fim de semana, o Brasil mostrou muitas oscilações. No
sábado, foi bem com a formação
titular (Giba, Dante, Gustavo,
Rodrigão, Ricardinho e André).
Domingo, contra uma Venezuela
reforçada de seu principal atacante, Harry Gomez, já apresentou problemas.
Está certo que Bernardinho
aproveitou o jogo para dar ritmo
a alguns atletas. Colocou André
Heller no lugar de Rodrigão e Anderson em vez de André Nascimento. O levantador Ricardinho
não estava tão inspirado e ficou
no banco nos dois últimos sets. O
time venceu, mas pode jogar bem
melhor nas finais.
A surpresa é a ausência da Itália. Pela primeira vez, em 16 edições de Liga Mundial, os italianos, os maiores campeões do torneio com oito títulos, não chegaram à fase final. Crise à vista. O
técnico Gian Paolo Montali tem
que ficar esperto. Se o time não for
bem no Europeu, ele pode dançar.
A seleção italiana sofreu com
uma série de contusões seguidas,
a última delas foi a de Fei, o principal atacante da equipe. Ele não
atuou nos últimos jogos da fase
classificatória. Sem a Itália, um
time de tradição que cresce em
decisões, o caminho brasileiro em
direção ao título fica mais suave.
Dos finalistas, a surpresa é Cuba, que estava na chave da Itália.
Vale lembrar que a seleção cubana foi reestruturada em 2002,
quando seis jogadores desertaram e pediram asilo na Itália. O
time nem se classificou para os Jogos de Atenas. Ou seja, em três
anos, eles praticamente montaram uma nova equipe.
No mês passado, o levantador
Javier Gonzalez, 22 anos, seguiu o
mesmo caminho e pediu asilo na
Itália. Mesmo abalada, Cuba teve
grandes resultados: venceu Itália,
Bulgária e França e foi a líder do
grupo. A maior qualidade do time é um saque poderoso, que tem
destruído recepções adversárias.
A Polônia ganhou novo técnico
nesta temporada, o competente
argentino Raul Lozano. E ele chegou pensando grande: quer pôr o
time entre os quatro melhores do
mundo. Para isso, conta com uma
geração campeã mundial juvenil
e com atletas altos. A média, dos
18 inscritos na Liga, é 1,98 m.
Nos Jogos de Atenas, a maior façanha da Polônia foi ter vencido
a Sérvia e Montenegro, que defendia o título olímpico, por 3 sets a
0. Nas quartas-de-final, foi arrasada pelo Brasil também por 3 a
0. O time acabou a Olimpíada em
sétimo lugar na classificação, à
frente de Sérvia e França.
Como sede das finais, a Sérvia
disputou a primeira fase com a
vantagem de estar classificada.
Suas estrelas tiveram férias esticadas e só reforçaram o time nas
últimas rodadas. É uma seleção
com grandes jogadores como Ivan
Miljkovic, mas sempre é uma surpresa. Pode tanto ser campeã como ficar em último lugar.
Tropeço português
A seleção portuguesa, a única que venceu o Brasil na Liga Mundial,
merecia sorte melhor. Perdeu os dois últimos jogos da fase de classificação para o Japão, o único que ainda não tinha vitórias no torneio.
No sábado, a derrota de Portugal foi por 3 sets a 2. Ontem, por 3 a 0.
Os jogos foram em Tóquio, e a justificativa foi o cansaço da viagem.
Poder chinês
Depois de perder o título do Torneio de Montreux para o Brasil no
mês passado, as chinesas não querem mais saber de vacilo. Ontem,
pelo Grand Prix, marcaram, com precisão, a seleção brasileira e venceram fácil: 3 sets a 0. China e Cuba são as únicas invictas com seis vitórias, mas a vantagem é das asiáticas, que só perderam um set. Com
uma derrota, o Brasil tem a terceira melhor campanha.
E-mail cidasan@uol.com.br
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