São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2011

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Pedidos para defesa são incomuns em laboratório

NATAÇÃO
Laudo do caso Cielo foi feito com urgência a pedido de cartola


MARIANA LAJOLO
DE SÃO PAULO

Pedido de urgência de uma confederação e produção de laudos para a defesa de atletas, como ocorreu no caso de Cesar Cielo, não são práticas usuais no Ladetec, único laboratório do país credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada).
O presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, pediu ao laboratório, na quinta, urgência na análise da amostra de suplemento apresentado pelo nadador.
Na sexta, foram anunciados o doping e a advertência dada a Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked. Os atletas dizem que um suplemento usado no Troféu Maria Lenk, em maio, foi contaminado com o diurético furosemida.
Em 2010, Daynara de Paula foi flagrada com a mesma substância e alegou contaminação. A defesa da nadadora pediu laudo ao Ladetec e a um laboratório nos EUA, ambos negados. Recorreu a um de São Carlos (SP).
Com o laudo em mãos, foi à Federação Internacional de Natação (Fina), e Daynara foi suspensa por seis meses.
Laboratórios credenciados pela Wada são orientados a só fazer testes desse tipo a pedido das instituições de controle, como a CBDA, e não dos atletas. Representantes do Ladetec disseram que não poderiam se manifestar sobre o caso de Cielo.
Segundo a Folha apurou, pedidos como o da CBDA não são comuns no laboratório.
O laudo do caso dos nadadores atesta a contaminação por furosemida, mas não ligaria as pílulas à farmácia em Santa Bárbara d'Oeste (SP) onde foram feitas.
Para especialistas, isso pode ser questionado se a federação internacional recorrer à Corte Arbitral do Esporte por pena maior. A Fina deve se manifestar nesta semana.
Segundo Eduardo de Rose, que presidiu o painel de doping da CBDA, a definição pela advertência se deu por não ter sido comprovada culpa ou negligência dos atletas. Cielo usa suplementos da farmácia há dois anos.
De Rose afirmou que relatório da farmácia atesta que há chance de contaminação no processo de manipulação. O estabelecimento, entretanto, não admite a falha.
A assessoria de Cielo não se manifestou para não atrapalhar os trâmites do caso. Coaracy não respondeu ao recado da reportagem.


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