São Paulo, Domingo, 04 de Julho de 1999
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Jogadores do Brasil aprovam convívio com turistas

do enviado a Foz do Iguaçu

A comissão técnica e os jogadores da seleção estão aprovando a experiência de Wanderley Luxemburgo, que decidiu dividir a concentração da equipe com jornalistas, torcedores e turistas em geral.
No início, a maioria reconheceu que houve alguns problemas, principalmente quando curiosos que não estavam hospedados no hotel começaram a invadi-lo para procurar os atletas.
Mas, após quase três semanas de concentração -a primeira turma chegou ao Paraná em 16 de junho-, o discurso é unânime. Todos gostaram da mistura.
"No começo, a curiosidade era maior", diz o atacante Ronaldo, o atleta mais assediado. "Mas depois de duas semanas, o pessoal está respeitando mais nosso espaço."
Mas Ronaldo, apesar de suas declarações, é um dos que menos saem do quarto. "Fico muito tempo no telefone", contou.
Dos jogadores, um dos que mais circulam pelo hotel é o zagueiro Antônio Carlos, que costuma assistir do telão de um dos restaurantes às partidas dos outros grupos da Copa América.
"A convivência tem sido muito boa e sadia. É bom ver gente e mostrar que a seleção brasileira não é uma coisa distante das pessoas."
Luxemburgo, que também tem visto os jogos dos Grupos A e C do telão no restaurante do hotel, adota discurso parecido.
"Os jogadores não são de cristal, são como todo mundo", disse o treinador, um dos mais procurados por crianças e adolescentes para aparecer em fotografias e distribuir autógrafos.
Pela manhã, em dias de folga, os atletas da seleção -e principalmente os reservas-, que têm aproveitado o tempo para correr na pista de cooper do hotel, misturados aos outros hóspedes, também gostaram da experiência.
"Por mim, eles não nos atrapalham em nada. Quando estamos correndo ou fazendo ginástica na academia, o pessoal sabe respeitar nosso trabalho", disse o zagueiro César, que atua na Lusa.
O meia Flávio Conceição, outro que diz estar gostando da experiência, passa a maior parte do tempo livre assistindo à televisão - "ele sempre fica com o controle da TV", conta o meia Rivaldo- ou jogando basquete sozinho na quadra do hotel.
"Mas é bom saber que tem bastante gente no hotel. Pelo menos tem público para a cantoria", brincou, sobre o karaokê que os atletas fazem após as refeições.

Troca de mensagens
Além do contato com os hóspedes do hotel, o meia Alex e o volante Vampeta estão aproveitando as horas vagas para conversar com o lateral Arce e o zagueiro Gamarra, que defendem o Paraguai.
"Conversei com os dois depois da estréia do Paraguai (0 a 0 contra a Bolívia). Eles estavam chateados pela quantidade de gols perdidos", contou Alex.
Vampeta, por sua vez, recebeu os votos de boa sorte de Gamarra, transmitidos por um jornalista paraguaio, na véspera do jogo de ontem, contra o México. (JCA)


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