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VÔLEI
Novos tempos
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Começa uma nova era no vôlei feminino brasileiro. O técnico José Roberto Guimarães
anuncia hoje a relação das convocadas para a seleção. O Brasil terá
novamente suas melhores jogadoras em quadra e passa a ser um
dos candidatos a uma medalha
nos Jogos de Atenas em 2004.
Para quem acompanha vôlei, a
sensação é que esse filme não é
novo. Em 93, quando Bernardinho assumiu o comando, a seleção também vinha de crise. Ana
Moser havia pedido dispensa por
desentendimentos com Wadson
Lima. A gota d'água para a queda do técnico foi a derrota do
Brasil no Sul-Americano.
Na época, Bernardinho trouxe
paz à seleção, reuniu as melhores
jogadoras, e os resultados começaram a aparecer.
A missão de Zé Roberto é semelhante. Com ele, voltam as melhores levantadoras do país, Fernanda Venturini e Fofão, além de
Érika e Walewska, que tinham
pedido dispensa por problemas
com Marco Aurélio Motta.
Nos planos do novo técnico
também está a atacante Leila,
que trocou o vôlei de quadra pelo
de praia. Ela pode reforçar o time
na Copa do Mundo, em novembro, torneio no qual estarão em
disputa três vagas para os Jogos
de Atenas. O primeiro desafio será o Sul-Americano, a partir de 4
de setembro.
Na lista de Zé Roberto deverão
estar relacionadas 18 atletas. Por
causa do pouco tempo de preparação até a estréia no torneio continental, no máximo 14 jogadoras
participarão dos treinos, que vão
começar entre quarta e quinta em
um centro esportivo de Alphaville, em São Paulo.
Uma das possíveis surpresas na
comissão técnica poderá ser Ana
Moser, uma das principais atacantes da história do vôlei brasileiro. Ela deverá ser uma das auxiliares. Também vão participar
da comissão o assistente técnico
Paulo Cocco e o preparador físico
José Elias, os dois do BCN/Osasco.
Para não dizer que só falei das
flores vale lembrar que não foi fácil o período de dois anos de Marco Aurélio no comando da seleção. Talvez tenha faltado a ele jogo de cintura para lidar com as
atletas, que desde o início mostraram resistência em aceitar a saída de Bernardinho.
De toda maneira, Marco Aurélio trabalhou o tempo inteiro com
muitas pressões e sem as principais jogadoras do país. E você sabe: montar hoje uma seleção brasileira sem Fernanda ou Fofão já
significa não contar com meio time. E, a partir daí, os resultados
ficam difíceis.
Na sexta-feira, em reportagem
de Mariana Lajolo, publicada pela Folha, Marco Aurélio definiu
seu período na seleção com a seguinte frase: "Esses dois anos foram um inferno, um hospício".
Diante dessa avaliação do próprio técnico, não havia mesmo
mais condições de fazer um bom
trabalho.
Resta olhar para a frente. E o futuro promete. Em qualquer time,
as vitórias começam a ser desenhadas a partir da união e do
bom relacionamento entre comissão técnica e jogadoras. E, pelo
que tudo indica, a seleção feminina tem tudo para seguir a trajetória vitoriosa da masculina.
Paulista
Oito equipes vão participar do Campeonato Paulista masculino, que
começa no próximo dia 20. Uma das novidades é a presença da Ulbra, do Rio Grande do Sul. A equipe, atual campeã brasileira, vai jogar pelo São Paulo. As outras equipes inscritas são Banespa, Suzano,
Santo André, São Caetano, Araraquara, Fupes/Santos e Adep/Mogi.
Paulista 2
Já o Campeonato Paulista feminino começa no dia 23 e terá apenas
seis times: BCN/Osasco, Pinheiros, Suzano, São Caetano, São José
dos Campos e MRV-Minas. A equipe mineira, atual vice-campeã
brasileira, ainda não definiu se vai defender Araraquara, São Bernardo ou Corinthians no torneio estadual. Um dos reforços do Minas é a
levantadora Gisele.
@ - E-mail cidasan@uol.com.br
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