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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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VÔLEI

Novos tempos

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Começa uma nova era no vôlei feminino brasileiro. O técnico José Roberto Guimarães anuncia hoje a relação das convocadas para a seleção. O Brasil terá novamente suas melhores jogadoras em quadra e passa a ser um dos candidatos a uma medalha nos Jogos de Atenas em 2004.
Para quem acompanha vôlei, a sensação é que esse filme não é novo. Em 93, quando Bernardinho assumiu o comando, a seleção também vinha de crise. Ana Moser havia pedido dispensa por desentendimentos com Wadson Lima. A gota d'água para a queda do técnico foi a derrota do Brasil no Sul-Americano.
Na época, Bernardinho trouxe paz à seleção, reuniu as melhores jogadoras, e os resultados começaram a aparecer.
A missão de Zé Roberto é semelhante. Com ele, voltam as melhores levantadoras do país, Fernanda Venturini e Fofão, além de Érika e Walewska, que tinham pedido dispensa por problemas com Marco Aurélio Motta.
Nos planos do novo técnico também está a atacante Leila, que trocou o vôlei de quadra pelo de praia. Ela pode reforçar o time na Copa do Mundo, em novembro, torneio no qual estarão em disputa três vagas para os Jogos de Atenas. O primeiro desafio será o Sul-Americano, a partir de 4 de setembro.
Na lista de Zé Roberto deverão estar relacionadas 18 atletas. Por causa do pouco tempo de preparação até a estréia no torneio continental, no máximo 14 jogadoras participarão dos treinos, que vão começar entre quarta e quinta em um centro esportivo de Alphaville, em São Paulo.
Uma das possíveis surpresas na comissão técnica poderá ser Ana Moser, uma das principais atacantes da história do vôlei brasileiro. Ela deverá ser uma das auxiliares. Também vão participar da comissão o assistente técnico Paulo Cocco e o preparador físico José Elias, os dois do BCN/Osasco.
Para não dizer que só falei das flores vale lembrar que não foi fácil o período de dois anos de Marco Aurélio no comando da seleção. Talvez tenha faltado a ele jogo de cintura para lidar com as atletas, que desde o início mostraram resistência em aceitar a saída de Bernardinho.
De toda maneira, Marco Aurélio trabalhou o tempo inteiro com muitas pressões e sem as principais jogadoras do país. E você sabe: montar hoje uma seleção brasileira sem Fernanda ou Fofão já significa não contar com meio time. E, a partir daí, os resultados ficam difíceis.
Na sexta-feira, em reportagem de Mariana Lajolo, publicada pela Folha, Marco Aurélio definiu seu período na seleção com a seguinte frase: "Esses dois anos foram um inferno, um hospício".
Diante dessa avaliação do próprio técnico, não havia mesmo mais condições de fazer um bom trabalho.
Resta olhar para a frente. E o futuro promete. Em qualquer time, as vitórias começam a ser desenhadas a partir da união e do bom relacionamento entre comissão técnica e jogadoras. E, pelo que tudo indica, a seleção feminina tem tudo para seguir a trajetória vitoriosa da masculina.

Paulista
Oito equipes vão participar do Campeonato Paulista masculino, que começa no próximo dia 20. Uma das novidades é a presença da Ulbra, do Rio Grande do Sul. A equipe, atual campeã brasileira, vai jogar pelo São Paulo. As outras equipes inscritas são Banespa, Suzano, Santo André, São Caetano, Araraquara, Fupes/Santos e Adep/Mogi.

Paulista 2
Já o Campeonato Paulista feminino começa no dia 23 e terá apenas seis times: BCN/Osasco, Pinheiros, Suzano, São Caetano, São José dos Campos e MRV-Minas. A equipe mineira, atual vice-campeã brasileira, ainda não definiu se vai defender Araraquara, São Bernardo ou Corinthians no torneio estadual. Um dos reforços do Minas é a levantadora Gisele.


@ - E-mail cidasan@uol.com.br


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