DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos aliciadores dos cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que desertaram durante o Pan, usou credencial expedida pelo Co-Rio, a Folha apurou junto a fontes relacionadas às investigações do caso.
Identificado como jornalista alemão, Thomas Doering circulava livre nas áreas de competição do Pan e chamava a atenção pelo corte de cabelo, estilo moicano.
Após testemunhas terem reconhecido Doering como acompanhante da dupla cubana durante uma noitada em uma boate no centro do Rio, surgiu um entrave para a continuidade da investigação: autoridades encontraram registro de Doering no banco de dados do Co-Rio, mas faltavam informações.
Havia seu nome, suposta nacionalidade, número de passaporte e um número telefone, que ninguém atendia e parecia estar desconectado. Faltava também o registro do veículo para o qual Doering supostamente estaria trabalhando e sua natureza (impresso, TV, internet).
A solução para quem investigava o caso foi lançar mão do site de busca Google, que apontou apenas uma ocorrência, pobre em detalhes, de Doering jornalista.
Mas a informação obtida no site foi prontamente descartada. Não constava o veículo onde Doering trabalhava e sua foto não era parecida com aquela que constava no arquivo do Co-Rio.
Assim, foi quase impossível checar as informações.
Quando os cubanos foram localizados em Araruama, a 115 km do Rio, a presença de Doering já havia sido detectada no local. Ele e um cubano que o acompanhava, identificado como Alex, foram liberados. Para a Polícia Federal, ""nada fizeram que configurasse crime", segundo a assessoria de imprensa.
A reportagem entrou em contato ontem com a assessoria de imprensa do Co-Rio, que afirmou não ter conhecimento de Doering ter sido credenciado. Por email, declarou que "não recebeu comunicação dos órgãos de segurança a respeito do envolvimento de credenciados para os Jogos". (EO)

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