|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jade exibe fragilidade e preocupa a ginástica
Insegurança pode estragar performance, diz dirigente
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
A fragilidade da ginasta Jade
Barbosa, 17, quando se vê frente a multidões ou à mídia preocupa a Confederação Brasileira
de Ginástica. A entidade acredita que essa característica introspectiva da atleta possa vir
até a prejudicar seu desempenho na Olimpíada, na qual figura como forte candidata ao pódio na modalidade.
""Claro que pode, claro que
pode. Se continuar assim...",
disse Eliane Martins, chefe da
equipe brasileira de ginástica
artística ao ser questionada se a
reação de Jade, como a do desembarque em Pequim, quando se assustou com a multidão
no aeroporto e ameaçou chorar, pode afetar de uma forma
negativa a sua performance.
Antes de embarcar para o Japão, onde a equipe de ginástica
realizou a sua aclimatação, Jade havia dito que acreditava
que o fato de competir na China, onde não é "tão conhecida",
seria uma vantagem, pois não
sofreria tanta pressão. A ginasta reclamou da pressão por resultados durante o Pan do Rio,
realizado no ano passado -ganhou três medalhas (um ouro,
uma prata e um bronze).
""Ela [Jade] ainda está assim,
assim [após o episódio no aeroporto]... Ela é muito tímida",
prosseguiu Eliane, ao procurar
explicar que a ginasta segue assustada com o assédio. ""Pode
prejudicar, para competir você
precisa estar bem tranqüila.
Então, tem que haver muita
atenção do Oleg [Ostapenko,
técnico da seleção feminina]."
Na chegada à China, Jade foi
cercada no aeroporto por repórteres e admiradores em
busca de uma foto ou de um autógrafo. Assustada, pediu "calma" aos jornalistas e disse não
esperar que sua presença provocasse tamanho rebuliço.
A ginasta é considerada uma
das favoritas a conquistar uma
medalha olímpica, que seria a
primeira na história do esporte
no Brasil. Ela foi campeã da etapa da Rússia da Copa do Mundo, no salto, e vice no salto e no
solo na etapa de Cottbus (ALE),
tudo neste ano, além de campeã no salto, prata por equipe e
bronze no solo no Pan-07.
Desde que desembarcou em
Pequim, na sexta-feira, Jade
concedeu somente uma entrevista -teria pedido para não falar, segundo a confederação.
Após do treino de ontem de
manhã, por exemplo, não deu
entrevista. ""Mas uma hora terá
de falar", afirmou Eliane.
A sessão foi destinada a uma
simulação do primeiro dia de
competição nos Jogos, considerado o mais importante, segundo a comissão técnica da seleção de ginástica, pois define a
classificação das finais.
A CBG aponta que Jade e as
demais ginastas da seleção são
atendidas em Curitiba, sede da
seleção permanente da modalidade, por uma psicóloga, Ruth
Pauls. Inclusive trouxeram na
bagagem exercícios de concentração e relaxamento.
Ontem, Diego Hypólito, único representante masculino do
país nos Jogos de Pequim, não
treinou. Ele ainda não decidiu
se disputará na China o solo e o
salto ou só o primeiro aparelho.
Texto Anterior: Entrevista: No Panamá, ouro garante feriado extra Próximo Texto: Site vende US$ 50 mi em ingressos inexistentes Índice
|