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No Brasil, Massa quer voltar à rotina
Piloto é internado em hospital em São Paulo, onde passará por bateria de exames antes da alta, prevista para amanhã
Antes da viagem da Hungria ao país, piloto disse, em entrevista produzida pela Ferrari, que Schumacher
não precisa de conselhos
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Felipe Massa acena para as câmeras em seu único contato com a imprensa, em corredor do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde deve ficar até amanhã
DA REPORTAGEM LOCAL
"Tenho que me recuperar.
Ainda vou ter muito tempo para falar. Valeu." Cicatriz sobre o
olho esquerdo, sorridente, polegares erguidos para as câmeras, Felipe Massa, 28, chegou
ontem a São Paulo para a segunda fase de sua recuperação.
Acompanhado por fotógrafos e repórteres de vários países, o brasileiro concedeu apenas esta declaração num corredor do Hospital Albert Einstein
antes de entrar, acompanhado
por médicos e por sua família.
Nos próximos dois dias, passará por uma bateria de exames, uma completa "reavaliação médica" nos dizeres do primeiro e sucinto boletim emitido pelo hospital. Só deve ressurgir amanhã, para quando é
esperada sua ida para casa.
E quando espera recomeçar a
levar "uma vida normal", como
afirmou numa entrevista produzida pela Ferrari, ainda em
Budapeste, distribuída ontem.
Questionado sobre seus próximos objetivos, pediu a volta à
rotina. "Voltar para minha casa, checar que tudo é como era
antes. Muitas coisas aconteceram nos últimos dias e quero
voltar à vida normal. Quero voltar à melhor condição possível,
fazer o que você faz todo dia."
Massa agradeceu aos torcedores, à sua família, aos amigos,
à Ferrari. A Deus. E mandou
"um beijo para todo mundo".
Falou também sobre Michael Schumacher. O alemão,
seu companheiro na escuderia
italiana em 2006 e um amigo,
está se preparando para substituí-lo na próxima etapa do
Mundial, o GP da Europa.
Indagado se teria algum conselho a dar para o heptacampeão da F-1, deu um sorriso.
"Michael não precisa de
meus conselhos. Era ele quem
me dava dicas quando corríamos juntos. Ele sabe como vencer, como pilotar, é ótimo: foi a
melhor escolha colocar no carro uma pessoa tão fantástica",
disse Massa. "Estou certo de
que todos ficarão felizes por vê-lo na pista de novo. Mas espero
voltar para a F-1 com a Ferrari
o mais rapidamente possível."
Seja em Budapeste, seja em
São Paulo, os médicos ainda
não divulgaram nenhuma previsão sobre o retorno do piloto
brasileiro às pistas. Ontem à
noite, um neurocirugião, um
neurologista e um médico buco-facial-maxilar se reuniriam
para começar a estudar o caso.
A chegada de Massa a São
Paulo aconteceu nove dias após
o mais grave acidente da carreira do ferrarista. Em 25 de julho,
sábado, ele foi atingido por uma
mola que se soltou do carro de
Rubens Barrichello no treino
oficial para o GP da Hungria.
Desacordado com o impacto
da peça, a 260 km/ h, bateu
contra a barreira de pneus.
Em entrevista à Folha, publicada ontem, o médico Gérard
Saillant, presidente do Instituto FIA, admitiu que pensou que
o brasileiro estivesse morto ao
acompanhar, da torre de controle de Hungaroring, os primeiros socorros, ainda à margem da pista.
Na entrevista da Ferrari,
Massa disse não lembrar do
acidente. "É um sentimento estranho. Eles me disseram que
perdi a consciência no momento do impacto da mola. Daí
acordei no hospital dois dias
depois. Não lembro de nada."
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