São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Brasil falha e agora torce contra

Equipe masculina fica em 9º entre 12 países e espera erros rivais hoje para pôr 2 ginastas em Pequim

Dez times que ainda se apresentarão ficaram à frente do sexteto nacional no Mundial-06; Diego é, até agora, o segundo no solo

Wolfgang Rattay/Reuters
Diego Hypólito se apresenta nas barras paralelas durante a competição por equipes


CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção masculina não conseguiu ontem repetir a performance do Pan-07 e agora terá que contar, hoje, com a ajuda (ou melhor, erros) dos rivais para atingir a meta de classificar pela primeira vez pelo menos dois ginastas à Olimpíada.
Com algumas falhas, especialmente no cavalo com alças, a equipe fechou o dia na nona colocação entre as 12 equipes que se exibiram ontem.
Para atingir seu objetivo, a seleção terá que ficar pelo menos entre as 15 primeiras. Hoje se apresentam mais 12 equipes - 10 delas (Alemanha, Espanha, Austrália, Canadá, Romênia, EUA, Itália, Ucrânia, Grécia e Coréia) superaram o Brasil no Mundial de Aarhus-06.
"Pelo menos sete desses times devem ficar à nossa frente", afirmou Diego Hypólito.
Com 351,550 pontos, o Brasil não repetiu o escore do Pan (353,600) e mais uma vez foi superado por Porto Rico, que ficou 0,4 ponto à sua frente. A China liderou com 374,275.
"O resultado foi dentro do esperado, exceto por algumas falhas. Mas o pior foi ter começado no cavalo com alças. Aí é literalmente cair do cavalo, pois o aparelho é tão difícil quanto a trave do feminino", disse Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
Realmente foi no cavalo com alças que o Brasil registrou seu pior desempenho neste Mundial. Foram duas quedas (de Victor Rosa e Luiz Augusto dos Anjos) e só 55,100 pontos -em nenhum outro aparelho o país ficou abaixo dos 57 pontos.
E mais uma vez o Brasil se viu prejudicado pela arbitragem, que, segundo os ginastas, reduziram pelo menos três notas de partida da seleção, sendo duas de Diego (nas argolas e no cavalo com alças). "Foram décimos, 0,10 e 0,20 ponto, mas eles fazem a diferença no final, tanto que poderíamos ter superado Porto Rico", afirmou Eliane.
Caso não fique entre os 15 primeiros, o país ainda tem chance de se situar do 16º ao 18º lugar, o que lhe permitiria enviar um ginasta à Olimpíada de Pequim. Em 2006, a seleção ficou justamente em 18º.
O destaque do Brasil foi Diego, que atuou pela primeira vez nos seis aparelhos (solo, salto, cavalo com alças, argolas, paralelas e barra fixa) e, apesar de uma grande falha no salto, tirou a segunda maior nota do dia no solo (16,050), atrás só do chinês Kai Zou (16,275). Os oito melhores vão à decisão.
"Fiquei surpreso com o chinês no solo, mas estou feliz pelo meu desempenho no individual geral", afirmou Diego.
Ontem, ele somou 87,550 pontos, ficando em 16º no individual geral -os 24 mais bem classificados vão à final, que define o atleta mais completo.
Caso a equipe não conquiste a vaga, o ginasta brasileiro tem ainda a chance de, segundo as regras da Federação Internacional de Ginástica, obtê-la pelo individual geral (que dá sete postos a países que não se classificaram por equipes) ou com o título mundial de solo.
"Esperamos que Diego consiga no individual geral, pois a pressão de ter que vencer a todo custo atrapalha qualquer ginasta", afirma Eliane.


NA TV - Mundial de ginástica
Band, ao vivo, às 11h


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