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FUTEBOL
Desestabilizado com declarações de Bastos Neto, time busca a 2ª vitória fora de casa, contra o Grêmio
Presidente "retira força" do São Paulo
MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local
Após ter dado um apoio considerado fundamental pelo técnico
Paulo César Carpegiani para a
primeira vitória fora de casa no
Brasileiro-99, o presidente do São
Paulo, José Augusto Bastos Neto,
fez o inverso para o jogo de hoje à
noite, contra o Grêmio, em Porto
Alegre, criando uma turbulência.
Em meio à pressão de torcedores, que pediam sua renúncia,
Bastos Neto foi ao Centro de Treinamento do clube ""dar força" aos
jogadores na última terça-feira.
No dia seguinte, eles se reabilitaram sobre o então terceiro colocado no torneio, o Guarani, no Brinco de Ouro, em Campinas.
Anteontem, no entanto, o presidente deixou os jogadores irritados com declarações dadas em
entrevista à revista ""Placar".
Entre outras coisas, disse que o
Corinthians é o favorito para o título deste ano e que o meia Raí
não havia justificado o investimentos de US$ 10 milhões (em
dois anos). A reportagem trouxe a
relação de salários dos atletas.
Raí, que deve voltar ao time hoje, após 33 dias fora -ele chegou
a ser internado com infecção nas
vias respiratórias-, era um dos
mais magoados.
""Só não ganhei o Brasileiro de
98 porque estava de muleta", disse ele, tremendo e com os olhos
lacrimejantes, em resposta ao
presidente, que afirmou achar caro US$ 10 milhões por um único
título paulista conquistado.
A muleta era por causa da operação a que fora submetido no
joelho esquerdo, após sofrer lesão
contra o Cruzeiro, no Brasileiro.
""O presidente de um clube não
deve falar esse tipo de coisa. Se eu
estivesse no lugar dele, teria outra
postura", afirmou o meia Carlos
Miguel, que teria o maior salário
do clube, de R$ 154 mil. ""Se ganhasse isso, estava na praia. Corremos o risco de ser assaltados
com esse tipo de divulgação."
Carpegiani não quis comentar
as declarações do presidente. Para
evitar que o time seja surpreendido, ele deve alterar novamente o
seu esquema tático, abandonando o 4-4-2 usado contra o Guarani
para a volta do esquema com três
zagueiros (3-5-2).
""Com a volta desse sistema, vou
ter mais liberdade para jogar, com
o Wilson (zagueiro) fazendo a
minha cobertura", disse o lateral
Ânderson, ao tentar explicar que,
mesmo com três na zaga, o time
pode jogar ofensivamente.
O zagueiro Márcio Santos disse
estar otimista para o jogo de hoje,
apesar da turbulência provocada
por Bastos Neto, porque o Grêmio não vai ter o atacante Ronaldinho nem seu principal zagueiro, Scheidt, que estão servindo à
seleção. ""É claro que eles perdem
sem esses jogadores. Sorte nossa."
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