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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Diretor técnico e Júnior, novo treinador do Corinthians, chegam e exigem contratações para a próxima temporada

Na volta, Rivellino posa de todo-poderoso

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase 30 anos após ser enxotado do Parque São Jorge, o ex-jogador Rivellino voltou ontem ao clube com pose de novo homem forte do futebol corintiano.
Ele foi apresentado como diretor técnico, cargo recém-criado, ao lado do novo treinador, Júnior.
De cara, a dupla cobrou reforços da cúpula do Corinthians para o ano que vem, mostrando pouca esperança em conquistar uma das três vagas oferecidas no Brasileiro para a próxima Libertadores. Depois de três derrotas seguidas, a última por 6 a 1 para o Juventude, o time é o décimo colocado.
Praticamente expulso do clube após a derrota para o Palmeiras na final do Paulista de 1974, Rivel-lino foi o mais enfático ao cobrar seus superiores. "O clube tem que dar um jeito e investir em jogadores de peso", afirmou ele.
A meta é fortalecer o time em 2004 para superar o desmanche sofrido nos últimos meses. A equipe perdeu Fábio Luciano, Kléber, Liedson, Jorge Wagner e Leandro, todos negociados. Mesmo assim, está sem dinheiro e tem dívidas com jogadores.
Não é só de contratações que Rivellino vai tratar. Ele afirmou que, a partir de agora, tudo no futebol do clube passará por seu crivo.
Vampeta pode ser o primeiro jogador a entrar em rota de colisão com o novo dirigente. O volante se recupera de cirurgia no joelho e ficou cerca de um mês sem fazer tratamento no clube porque cobra R$ 510 mil de luvas e direitos de imagem atrasados.
Ele voltou nesta semana, mas recusou o novo contrato oferecido pela diretoria. Rivellino disse que vai assumir as negociações. "Vou tentar resolver o problema, se não der, ele deixa o clube."
Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol corintiano, afirmou que o novo diretor "tem poder para fazer tudo" o que prometeu. Se isso acontecer, Rivellino fará parte do trabalho de Citadini. Até agora o vice comandou sozinho o seu departamento.
Fã do ex-meia, Citadini acredita ter reparado o que chama de saída injusta do clube com a contratação de Rivellino. Em 1974, torcedores culparam o jogador pela perda do título estadual, que o time não vencia desde 1954. Em seguida, ele foi para o Fluminense.
"Fiquei emocionado ao voltar, mas não quero resgatar meu passado como jogador", afirmou.
O diretor técnico achou exagerado o clima de festa na recepção da dupla no salão nobre do clube, com direito a hino e presença de toda a cúpula corintiana.
"Estão fazendo muito oba-oba, mas não somos milagrosos. Se o trabalho não for bem-feito, as coisas podem até piorar."


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