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FUTEBOL
Diretor técnico e Júnior, novo treinador do Corinthians, chegam e exigem contratações para a próxima temporada
Na volta, Rivellino posa de todo-poderoso
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase 30 anos após ser enxotado do Parque São Jorge, o ex-jogador Rivellino voltou ontem ao
clube com pose de novo homem
forte do futebol corintiano.
Ele foi apresentado como diretor técnico, cargo recém-criado,
ao lado do novo treinador, Júnior.
De cara, a dupla cobrou reforços da cúpula do Corinthians para
o ano que vem, mostrando pouca
esperança em conquistar uma das
três vagas oferecidas no Brasileiro
para a próxima Libertadores. Depois de três derrotas seguidas, a
última por 6 a 1 para o Juventude,
o time é o décimo colocado.
Praticamente expulso do clube
após a derrota para o Palmeiras
na final do Paulista de 1974, Rivel-lino foi o mais enfático ao cobrar
seus superiores. "O clube tem que
dar um jeito e investir em jogadores de peso", afirmou ele.
A meta é fortalecer o time em
2004 para superar o desmanche
sofrido nos últimos meses. A
equipe perdeu Fábio Luciano,
Kléber, Liedson, Jorge Wagner e
Leandro, todos negociados. Mesmo assim, está sem dinheiro e tem
dívidas com jogadores.
Não é só de contratações que Rivellino vai tratar. Ele afirmou que,
a partir de agora, tudo no futebol
do clube passará por seu crivo.
Vampeta pode ser o primeiro
jogador a entrar em rota de colisão com o novo dirigente. O volante se recupera de cirurgia no
joelho e ficou cerca de um mês
sem fazer tratamento no clube
porque cobra R$ 510 mil de luvas
e direitos de imagem atrasados.
Ele voltou nesta semana, mas
recusou o novo contrato oferecido pela diretoria. Rivellino disse
que vai assumir as negociações.
"Vou tentar resolver o problema,
se não der, ele deixa o clube."
Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol corintiano,
afirmou que o novo diretor "tem
poder para fazer tudo" o que prometeu. Se isso acontecer, Rivellino fará parte do trabalho de Citadini. Até agora o vice comandou
sozinho o seu departamento.
Fã do ex-meia, Citadini acredita
ter reparado o que chama de saída
injusta do clube com a contratação de Rivellino. Em 1974, torcedores culparam o jogador pela
perda do título estadual, que o time não vencia desde 1954. Em seguida, ele foi para o Fluminense.
"Fiquei emocionado ao voltar,
mas não quero resgatar meu passado como jogador", afirmou.
O diretor técnico achou exagerado o clima de festa na recepção
da dupla no salão nobre do clube,
com direito a hino e presença de
toda a cúpula corintiana.
"Estão fazendo muito oba-oba,
mas não somos milagrosos. Se o
trabalho não for bem-feito, as coisas podem até piorar."
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