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Chávez assombra basquete dos EUA
Dirigentes agem nos bastidores para impedir a disputa de vaga olímpica no país comandado por líder anti-americano
Atraso pode tirar torneio da Venezuela, e americanos já oferecem Las Vegas para abrigar evento que classifica dois times para Pequim-08
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM
O temor de atuar em um país
hostil faz com que os EUA tentem mudar a sede do Pré-Olímpico masculino de basquete.
Os dirigentes querem evitar
ter que enviar suas estrelas à
Venezuela de Hugo Chávez, um
dos líderes com maior histórico
de desavenças com os EUA.
Não há como não participar
da disputa. A seletiva classifica
dois países aos Jogos de Pequim-08. Outros três irão ao
qualificatório mundial, que
concederá três vagas olímpicas.
O problema é que a USA Basketball (federação norte-americana) acreditava que não teria
que passar por esse vestibular.
Com elenco de jovens astros
da NBA, como LeBron James e
Dwyane Wade, a expectativa
era garantir a viagem à China
com o título do Mundial, encerrado mês passado no Japão.
O cenário, porém, mudou na
semifinal. A equipe caiu diante
da Grécia e teve de se contentar, depois, com o bronze.
Os dirigentes agiram rápido.
Segundo a Folha apurou, já no
dia seguinte à queda se reuniram com a Fiba América, que
comanda o basquete no continente, e apresentaram Las Vegas como alternativa ao evento.
Poucos dias depois, a entidade endossou a pretensão americana ao cancelar a disputa na
Venezuela. Alegou calote -o
país teria que desembolsar US$
1,5 milhão (R$ 3,26 milhões)
pelo até o início de setembro.
"Não houve pagamento
[dentro do prazo estipulado]",
anunciou Alberto García, secretário-geral da Fiba América.
Nova licitação foi aberta, e
Venezuela, EUA, Porto Rico e
Chile apresentaram candidatura. Carmelo Cortez, presidente
da confederação sul-americana
e da federação venezuelana,
ainda crê que a sede seja mantida. "Assinamos contrato, e ele
tem que ser cumprido", disse à
Folha Cortez, que pode levar o
caso aos tribunais esportivos.
Segundo ele, o pagamento
seria feito em três parcelas e
houve atraso só na primeira.
"Pelas leis daqui, precisamos
de autorização para mexermos
com dólares, tanto mais com
essa quantia. Mas nos antecipamos e já pagamos as parcelas, que não haviam vencido."
A Fiba América confirma o
pagamento, bancado pelo Instituto Nacional de Esportes,
órgão do governo federal.
Mesmo assim, a decisão sobre o destino do torneio será
tomada na segunda pelo Comitê Executivo da Fiba América,
formado por sete membros.
Os EUA terão dois representantes. A Venezuela, nenhum.
Dirigentes de outros países
escondem sua posição. "Tenho
minha preferência, mas quero
ouvir as partes envolvidas", declara Horário Muratore, presidente da federação argentina.
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