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Teixeira faz lobby no Senado contra CPI do Corinthians
Presidente da CBF argumenta que instalação de comissão pode prejudicar candidatura do Brasil a sede da Copa-14
Deputado Silvio Torres diz que requerimento para a
abertura da investigação só será apresentado após a
escolha do local do Mundial
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol),
Ricardo Teixeira, procurou líderes dos partidos no Senado
para tentar inviabilizar a chamada CPMI do Corinthians.
Com o argumento de que a CPI
pode prejudicar a escolha do
Brasil pela Fifa para sediar a
Copa do Mundo de 2014, Teixeira pediu aos senadores que
não apóiem a investigação.
A CPI foi proposta pelos tucanos para investigar crimes de
sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo clubes, dirigentes e
jogadores. O deputado Silvio
Torres (PSDB-SP), autor do requerimento, disse que o eixo
principal será o Corinthians.
Ele afirmou que o objetivo é
tornar pública a investigação
sobre o clube do Parque São
Jorge, que corre em segredo de
Justiça, e avançar sobre outros
clubes brasileiros.
"O nosso objetivo é, a partir
dos fatos ocorridos no Corinthians, investigar outras denúncias. Além de aprofundar as
investigações, a CPI pode interagir com a sociedade", disse.
O deputado, que é corintiano,
já reuniu 210 assinaturas de
apoio à CPI, 39 a mais do que o
necessário. Falta concluir a coleta no Senado, pois a comissão
será mista. O trabalho é feito
pelo senador Álvaro Dias
(PSDB-PR), que tem 17 das 27
assinaturas de que precisa.
"O Ricardo Teixeira veio ao
Congresso argumentando que
a CPI pode prejudicar a indicação do Brasil para sede do Mundial, mas a própria Fifa já tem
um comitê que investiga denúncia de lavagem de dinheiro", afirmou Dias. Ele e Torres
são adversários do presidente
da CBF desde as CPIs na Câmara e no Senado (entre 1999 e
2001) que investigaram a administração do cartola.
Procurada, a CBF informou
que não comentaria o caso.
Torres disse que a CBF pode
estar "sofrendo pressões por
parte dos clubes e de pessoas
que podem ser investigadas"
pela comissão. "Para não sermos acusados de prejudicar o
Brasil, vamos apresentar o requerimento da CPI somente
depois de 31 de outubro, quando a Fifa decidirá sobre a Copa
do Mundo", disse o deputado.
A investida de Ricardo Teixeira no Senado deu resultado.
A Folha apurou que senadores
passaram a recusar assinar o
requerimento de apoio à CPI
depois de conversar com o dirigente. Governadores ligados a
Teixeira também estariam entrando em campo para tentar
minar a CPI. Aécio Neves
(PSDB-MG) seria um dos que
estão orientando suas bancadas a não apoiar a CPI. A reportagem não conseguiu contatar
a assessoria do governador.
"Embora haja uma forte
pressão contra a instalação da
CPI, há a possibilidade de na
próxima semana complementarmos o número de assinaturas", afirmou Dias.
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