|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Co-Rio acumula R$ 1,4 milhão de dívidas com fornecedores do Pan
Valores reclamados contra entidade variam de R$ 312 mil a apenas R$ 40
ITALO NOGUEIRA
LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO
Dois meses após o fim do
Pan-Americano, o Co-Rio (Comitê Organizador dos Jogos)
acumula dívidas com seus fornecedores. O Serasa (empresa
de análise de crédito) registra,
de acordo com documento obtido pela Folha, 109 reclamações contra a instituição. Os
débitos, segundo o relatório,
são de cerca de R$ 1,4 milhão.
Os valores vão de R$ 40 a R$
312 mil. Entre os reclamantes
há inclusive uma concessionária de serviços públicos: a Light
-empresa distribuidora de
energia elétrica do Rio.
Com o "nome sujo na praça",
fornecedores afirmam que há
duas semanas -quando o caso
foi divulgado pelo jornal "O
Dia"- os contatos com o Co-Rio cessaram por completo,
aumentando a apreensão.
"Fizemos três serviços para o
Pan. Dois foram pagos, com
atraso depois de muita luta.
Falta o terceiro", diz Evandro
Abreu, diretor do Studio Alfa.
A empresa foi a responsável
pela confecção dos adesivos expostos nos ônibus especiais
utilizados durante os Jogos e
no Velódromo.
O Studio Alfa registrou no
Serasa uma dívida de R$
341.538,85 contra o Co-Rio. O
valor dos três serviços prestados para a organização da competição foi, segundo Abreu,
"cerca de R$ 900 mil".
"Já pagamos imposto sobre a
nota [fiscal], os fornecedores,
até o imposto da Prefeitura do
Rio... Estamos com medo, mas
tentando manter o bom relacionamento." Ele ameaça processar o Co-Rio pelo não pagamento dos serviços.
A via judicial é o caminho
que o empresário Henrique
Bradley, sócio da MPV7, outra
fornecedora do Co-Rio, decidiu
usar para tentar receber por ter
fabricado e colocado adesivos
em toda a frota de carros do
Pan. Bradley afirma que, até
agora, não recebeu nada pelo
serviço, com valor de R$ 220
mil. Por outro lado, conta ter
desembolsado R$ 150 mil com
gastos para esse trabalho, incluindo os impostos cobrados
pela Prefeitura do Rio.
"O contrato previa que o Co-Rio pagasse 50% do valor na assinatura do acordo e os outros
50% quando o trabalho fosse
feito. Como somos patriotas e
acreditávamos que era um
evento importante para o Rio
de Janeiro, relevamos. Mas, depois, vimos que havia má-fé.
Emitimos a nota fiscal e não fomos pagos", contou Bradley.
Ele diz que decidiu entrar na
Justiça contra o Co-Rio há 20
dias, quando fez o último contato com o comitê. "Eles alegam que a prefeitura ainda não
repassou a verba. Mas esgotamos as alternativas."
No relatório do Serasa, emitido na segunda, constavam 101
protestos e oito Pefins (Pendências Financeiras). No primeiro caso, a reclamante procura um cartório para que este
acione o Serasa após checar os
contratos. No segundo, é a credora quem faz a reclamação.
O custo final para a realização do evento foi nove vezes o
valor que havia sido previsto
inicialmente, atingindo a cifra
de R$ 3,7 bilhões. Os Jogos
continentais foram disputados
de 13 a 29 de julho.
Texto Anterior: Olímpicos: Atletas pedem mais recursos Próximo Texto: Outro lado: Co-Rio diz que checará contratos Índice
|