São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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JUCA KFOURI

A fila anda


Se o Corinthians perdeu do Inter como campeão, empatou com o Ceará como se fosse nada


BOBEAR PERTO da reta final do Brasileirão pode ter sido fatal para o Corinthians. Por mais que estivesse desfalcado - mas também o Fluminense está, o Cruzeiro está, o Inter, o Santos-, nada justifica só empatar, no Pacaembu, com o frágil Ceará.
Sim, verdade, também, que desta vez o árbitro errou contra, porque poderia perfeitamente ter marcado um pênalti sofrido por Iarley.
Mas o fato é que o Corinthians revelou fragilidades que tendem a ser fatais a começar pelo jogo de quarta, em Sete Lagoas, contra um Galo que deu sinal de vida. Pode ser daqueles sinais que o moribundo dá antes de morrer, mas pode ter sido o da reação, coisa em que a torcida atleticana acredita e razão pela qual deverá lotar a Arena do Jacaré.
Com Paulo André e Thiago Heleno; sem Elias, principalmente, e Ralf; com Edu mal e sem Jorge Henrique, as perspectivas são piores do que as do Inter, cujo potencial é enorme, apesar da extrema irregularidade que demonstra neste campeonato.
Mas o Corinthians está em viés de baixa e suas boas relações com a CBF não serviram nem para evitar o desfalque de Elias em momento tão crucial.
Claro que piores são as situações dos demais paulistas, alijados de pretensões maiores, agravada pela arrogante e pouco inteligente atitude são-paulina de olhar para a Copa do Brasil como se fosse coisa menor, quando não é. Aliás, só não é das maiores graças à tibieza da CBF que se rende ao calendário da Conmebol e vê inerte a perda de uma vaga na Libertadores.

ÍDOLO QUE CAI
Num país em que os meios justificam os fins sem parar, eis que Bernardinho caiu na vala comum. Pior: nem assumiu o horroroso pragmatismo que conduziu à derrota para a Bulgária. Giba, ao menos, foi mais corajoso, ao dizer que assumia a mancha na carreira por causa de um regulamento digno dos nossos cartolas do futebol, feito pelos italianos que recebem o Mundial de vôlei.
Mas Bernardinho, nem isso. Se fez de impotente, justificou com contusões, gripes e resfriados, simulou irritação como se fôssemos todos idiotas.
Uma equipe de esportistas entra em quadra para vencer e vence sempre que puder. Mesmo que saiba que a vitória a conduz a obstáculo maior do que a derrota. Uma equipe de esportistas está escrito.
Já um grupo de pistoleiros faz qualquer coisa por sua meta. O vôlei ficou pior do que a F-1, que, ao menos, pode argumentar que a equipe é mais importante que o indivíduo, que o piloto.

blogdojuca@uol.com.br


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