CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Chegou a hora da decisão do título paulista.
Suzano e Palmeiras disputam quinta-feira a primeira partida, de uma série prevista de três. Está certo que o torneio estadual já teve dias melhores, com mais torcedores e prestígio. De qualquer modo, o jogo promete.
Além disso, a temporada tem um atrativo a mais: a conquista do título mundial pela seleção masculina brasileira é sempre um motivo para cativar um novo público. O problema é que metade da seleção joga no exterior.
E, dos seis atletas que atuam no país, só um vai disputar a final paulista: Giovane, do Suzano.
Mas o jogo terá outros grandes personagens.
O Suzano tem Ricardo Navajas, técnico com três títulos brasileiros e um show em quadra com suas caras e bocas. Ele já teve dias de general com uma linha mais dura. Em 94, na reta final da Liga Nacional, o time chegou a ficar mais de um mês concentrado.
Desta vez, a turma ficará concentrada apenas dois dias para o jogo de quinta-feira.
Pelo segundo ano seguido, Navajas também está trabalhando com um psicólogo para, entre outras coisas, desenvolver mais a concentração dos jogadores.
Na quadra, o maior diferencial da equipe, em relação àquela que disputou a fase de classificação do torneio, foi o reforço de Giovane, que estava na seleção.
Sem ele, o Suzano fez a terceira melhor campanha, com quatro derrotas em 14 jogos. Com ele, o time eliminou o Banespa, o segundo colocado, nas semifinais.
Giovane deu mais qualidade à recepção do time e também tem mostrado muita eficiência no ataque. Para preservar o jogador, que voltou do Mundial no auge da sua forma, a comissão técnica tem feito um treinamento especial com ele.
Nos treinos da manhã, por exemplo, Giovane não salta.
O time do Palmeiras, do levantador Talmo, também tem motivos para estar otimista: fez a melhor campanha na fase de classificação. Em 14 jogos, só sofreu uma derrota e foi para o Suzano.
Um dos destaques é o oposto Lorena, responsável pelas principais jogadas de ataque do time.
A equipe, que procura mais um patrocínio para a disputa da Superliga, não tem psicólogo, mas conta com um grupo muito unido. Para exemplificar, metade do time frequenta um grupo de orações. Quatro deles -Maurício, Alberto, Pascoal e Vítor- foram crismados há pouco tempo.
E, você sabe, um grupo muito unido cresce em quadra. Não por acaso, os jogadores não se importam quando são chamados de Tabajara, uma referência ao time de futebol do clube que luta para não ser rebaixado no Campeonato Brasileiro. "Nós somos o Tabajara que vence", diz Talmo.
Vamos ver. No papel, o Suzano tem mais time e é o favorito. Mas o Palmeiras tem um bom conjunto, um grupo unido e, se a equipe do Giovane vacilar, o Tabajara que vence pode ganhar mesmo.
Na decisão do feminino, o time de Osasco largou na frente do São Caetano. Quem assistiu ao jogo, teve o prazer de ver a levantadora Fernanda Venturini dar um show de bola.
Resultado: a vitória veio rapidinho, com um placar de 3 sets a 0.
Se na próxima partida, na quinta-feira, o São Caetano não melhorar o saque e deixar Fernanda jogar outra vez com passe na mão, vai perder de novo.

Italiano 1
O Campeonato Italiano masculino de vôlei, que conta com a participação das maiores estrelas do vôlei internacional, registrou recorde de público na sua primeira rodada: no total, 14.856 torcedores compareceram às sete partidas disputadas na abertura da competição. Isso representa uma média de 2.122 pessoas por partida. Nas temporadas anteriores, a média de público na primeira rodada era de 1.438 pessoas.

Italiano 2
Dos cinco brasileiros que estão atuando na Itália, só o Modena, do atacante Dante, perdeu na primeira rodada. O time foi derrotado pelo Latina por 3 sets a 2. O Macerata, de Nalbert, venceu o Ancona por 3 sets a 0. O Ferrara, de Giba e Gustavo, superou o Perugia por 3 sets a 2. O Verona, de Kid, ganhou do Cuneo por 3 sets a 1. Os destaques brasileiros foram Giba, o terceiro maior pontuador da rodada com 25 pontos, e Nalbert teve a segunda melhor recepção.

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