|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras encerra sua lei de incentivo ao esporte
Em meio à crise, estatal fecha programa que direcionaria verba à área em 2009
Patrocínios em andamento,
que vão do futebol ao surfe,
porém, não correm risco de
ser descontinuados, afirma
a assessoria de petrolífera
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Petrobras decidiu cancelar
o programa pelo qual repassaria verba via lei de incentivo fiscal em 2009 para projetos ligados ao esporte. A notícia frustrou dirigentes que já contavam com a liberação do dinheiro. Em outubro, a estatal contabilizava R$ 25 milhões que poderiam ser investidos pela lei.
O anúncio acontece no momento em que a estatal sofre
acusações de má gestão por
causa de um empréstimo de R$
2 bilhões, com prazo de até seis
meses de pagamento na CEF
(Caixa Econômica Federal).
A assessoria de imprensa da
Petrobras, porém, questionada
insistentemente pela Folha se
existe conexão entre a crise
global e sua decisão, negou reiteradas vezes essa hipótese.
Segundo o departamento de
comunicações da estatal, tratou-se simplesmente de ""uma
readequação desse projeto".
Uma nota sobre o encerramento do programa será colocado no site da Petrobras hoje.
Em um comunicado bastante conciso encaminhado aos
proponentes de projetos, foi
dada a justificativa de que ""a
seleção pública Petrobras Esporte & Cidadania 2008 não
atingiu seus objetivos principais de maior abrangência nacional dos projetos e de privilegiar o desporto educacional".
Por isso, segue o comunicado, ""[a seleção] está sendo cancelada... ao mesmo tempo, novas orientações estão sendo
preparadas para 2009". O epílogo do texto, que imprime certo tom de esperança, ""a Petrobras agradece a sua participação e espera poder contar com
ela também em 2009", não
atingiu o seu objetivo de diminuir a decepção de dirigentes.
A empresa informou que não
foram cancelados patrocínios
já em andamento, como o do
Flamengo e o da Confederação
Brasileira de Handebol.
Dirigentes que faziam planos
para o uso do dinheiro não escondiam a insatisfação.
""Tinha muita gente contando com esse dinheiro", lamenta
Luiz Claudio Boselli, presidente da Confederação Brasileira
de Boxe, que já havia apresentado um projeto à Petrobras.
""Diversos presidentes de
confederações estavam chateados com esse anúncio. Mas
acho que eles [na Petrobras]
não contavam com essa crise."
Segundo o dirigente, em outubro, representantes da estatal informaram que poderiam
investir em 2009 R$ 25 milhões em projetos de esporte
por meio da lei, pela qual a Petrobras destinou R$ 27 milhões
à preparação da delegação do
país para os Jogos de Pequim.
Ainda segundo seu relato,
com a justificativa de que não
havia número suficiente de
projetos inscritos, a Petrobras
decidiu adiar o prazo de inscrições para 31 de dezembro.
Outro presidente de confederação, que também apresentou projeto e pediu para não
ser identificado, afirmou que
acreditava que a verba poderia
complementar o dinheiro da
Lei Piva, dinheiro das loterias
direcionado às confederações
esportivas nacionais. Agora, está à procura de outras opções.
Não foram só os dirigentes
de confederações que inscreveram projetos. O Comitê Olímpico Brasileiro, por exemplo,
esperava receber dinheiro da
empresa por meio de cinco
projetos de lei de incentivo.
Texto Anterior: Juca Kfouri: Qual é o milagre na última rodada? Próximo Texto: COB aumenta repasse de loterias às confederações Índice
|