São Paulo, sexta-feira, 04 de dezembro de 2009

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Grupo difícil pode ser fácil para time de Dunga

Com o técnico no comando, Brasil vai melhor contra seleções de primeira linha

Sorteio da Copa acontece hoje, a partir das 15h, na Cidade do Cabo, e define os adversários da seleção na primeira fase do Mundial

Stephane de Sakutin/France Presse
Sul-africanos enfeitam rua da Cidade do Cabo para o sorteio

PAULO COBOS
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS À CIDADE DO CABO

O mais fácil, para a seleção de Dunga, pode ser o mais difícil.
O retrospecto do time nacional sob o comando do treinador gaúcho faz do sorteio dos grupos para a Copa de 2010 hoje, a partir das 15h, na Cidade do Cabo, uma faca de dois gumes.
Torcer para o Brasil enfrentar rivais mais frágeis na primeira fase pode não ser uma boa. Isso porque, nas mais de 50 partidas que disputou com Dunga no banco, a seleção brasileira foi muito melhor quando do outro lado estava uma equipe de primeira linha.
Foram 20 jogos contra rivais que na época dos duelos figuravam entre os 20 primeiros do Ranking da Fifa. Neles, o Brasil venceu 16 vezes, incluindo três diante da Argentina, duas contra a Itália e uma perante a Inglaterra, e perdeu só uma, com aproveitamento de 85%.
A performance contra rivais intermediários (entre 21º e 40º do ranking) cai para 64%. Diante de times ranqueados a partir da 41ª posição, o Brasil de Dunga registrou aproveitamento de 74%. Contra times que não estavam entre os top 20 quando os enfrentou, a seleção foi bem mais vulnerável -perdeu quatro vezes com Dunga.
O time nacional é ainda mais goleador contra times top 20.
O sorteio de hoje pode colocar o Brasil só contra os 20 melhores do ranking na primeira fase. É possível enfrentar Portugal (quinto hoje na lista da Fifa), Camarões (11º) e México (14º). Mas Dunga pode receber a notícia de que terá pela frente rivais bem mais modestos, como Eslováquia (34º), Argélia (28º) e Coreia do Norte (84º).
Dunga, que chegou ontem à África do Sul, disse, primeiro, que não escolhe adversários na primeira fase. Mas, depois, admitiu que times "de menos tradição" no início da Copa seriam melhores para sua equipe.
O treinador não gosta de ouvir que sua equipe se especializou em jogar nos contra-ataques, e por isso tem melhores performances perante rivais fortes, que dão mais espaço.
"No futebol de hoje, todo mundo faz a mesma coisa. Precisa recuperar a bola e partir para o ataque", já disse Dunga.
A chance de o Brasil cair em grupo forte anima Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. "Um grupo pode ter Brasil, França, Costa do Marfim e EUA. Imagine", disse à Folha.
Valcke voltou a dizer que, com exceção da África do Sul, a distribuição dos cabeças de chave pelos outros sete grupos será feita por sorteios -os organizadores locais dizem que o Brasil vai encabeçar o Grupo B, o objeto de desejo da CBF.
A definição dos grupos da Copa vai dar a largada para a corrida final na disputa pelos melhores locais de treinamento. Os cartolas brasileiros prometeram divulgar onde a seleção vai se concentrar na África do Sul nos dias seguintes ao sorteio. Dunga prefere um lugar de altitude elevada.


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