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Grupo difícil pode ser fácil para time de Dunga
Com o técnico no comando, Brasil vai melhor contra seleções de primeira linha
Sorteio da Copa acontece hoje, a partir das 15h, na Cidade do Cabo, e define os adversários da seleção na primeira fase do Mundial
Stephane de Sakutin/France Presse
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Sul-africanos enfeitam rua da Cidade do Cabo para o sorteio
PAULO COBOS
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS À CIDADE DO CABO
O mais fácil, para a seleção de
Dunga, pode ser o mais difícil.
O retrospecto do time nacional sob o comando do treinador
gaúcho faz do sorteio dos grupos para a Copa de 2010 hoje, a
partir das 15h, na Cidade do Cabo, uma faca de dois gumes.
Torcer para o Brasil enfrentar rivais mais frágeis na primeira fase pode não ser uma
boa. Isso porque, nas mais de
50 partidas que disputou com
Dunga no banco, a seleção brasileira foi muito melhor quando do outro lado estava uma
equipe de primeira linha.
Foram 20 jogos contra rivais
que na época dos duelos figuravam entre os 20 primeiros do
Ranking da Fifa. Neles, o Brasil
venceu 16 vezes, incluindo três
diante da Argentina, duas contra a Itália e uma perante a Inglaterra, e perdeu só uma, com
aproveitamento de 85%.
A performance contra rivais
intermediários (entre 21º e 40º
do ranking) cai para 64%. Diante de times ranqueados a partir
da 41ª posição, o Brasil de Dunga registrou aproveitamento de
74%. Contra times que não estavam entre os top 20 quando
os enfrentou, a seleção foi bem
mais vulnerável -perdeu quatro vezes com Dunga.
O time nacional é ainda mais
goleador contra times top 20.
O sorteio de hoje pode colocar o Brasil só contra os 20 melhores do ranking na primeira
fase. É possível enfrentar Portugal (quinto hoje na lista da Fifa), Camarões (11º) e México
(14º). Mas Dunga pode receber
a notícia de que terá pela frente
rivais bem mais modestos, como Eslováquia (34º), Argélia
(28º) e Coreia do Norte (84º).
Dunga, que chegou ontem à
África do Sul, disse, primeiro,
que não escolhe adversários na
primeira fase. Mas, depois, admitiu que times "de menos tradição" no início da Copa seriam
melhores para sua equipe.
O treinador não gosta de ouvir que sua equipe se especializou em jogar nos contra-ataques, e por isso tem melhores
performances perante rivais
fortes, que dão mais espaço.
"No futebol de hoje, todo
mundo faz a mesma coisa. Precisa recuperar a bola e partir
para o ataque", já disse Dunga.
A chance de o Brasil cair em
grupo forte anima Jérôme
Valcke, secretário-geral da Fifa.
"Um grupo pode ter Brasil,
França, Costa do Marfim e
EUA. Imagine", disse à Folha.
Valcke voltou a dizer que,
com exceção da África do Sul, a
distribuição dos cabeças de
chave pelos outros sete grupos
será feita por sorteios -os organizadores locais dizem que o
Brasil vai encabeçar o Grupo B,
o objeto de desejo da CBF.
A definição dos grupos da
Copa vai dar a largada para a
corrida final na disputa pelos
melhores locais de treinamento. Os cartolas brasileiros prometeram divulgar onde a seleção vai se concentrar na África
do Sul nos dias seguintes ao
sorteio. Dunga prefere um lugar de altitude elevada.
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