ALEXANDRE GIMENEZ
da Reportagem Local

A partida de domingo entre Lusa e Cruzeiro, válida pelas semifinais do Campeonato Brasileiro, deve melhorar a relação entre patrões e trabalhadores, pelo menos em algumas empresas cujos proprietários são torcedores lusos.
Empresários ligados ao clube estão comprando ingressos para a segunda semifinal e distribuindo a seus empregados.
"Vai funcionar como um bônus de Natal. Às vésperas de qualquer jogo decisivo, meus empregados sempre pedem entradas", afirmou Fernando Gomes, dono de dois motéis e três postos de gasolina.
O empresário é conselheiro da Lusa e deve assumir em janeiro o cargo de diretor de futebol.
As transportadoras Cruz de Malta e Bristol, além da rede de lojas Armarinhos Fernando (ex-patrocinador da Lusa), também vão seguir o exemplo de Gomes.
"A maioria de meus empregados não torce para a Lusa. Mas eles têm um carinho muito grande pelo clube", completou o empresário.
Segundo o presidente Amílcar Casado, cerca de 30% das entradas para a partida contra o Cruzeiro deverão ser adquiridos por empresários -7.500 ingressos dos 25 mil disponíveis.
"É uma ajuda grande para o clube. Mas tenho certeza de que o estádio iria lotar mesmo sem o auxílio deles", afirmou o dirigente.
Porém o otimismo de Casado não está se refletindo na venda antecipada das entradas. Até o final da tarde de ontem, segundo informação da assessoria de imprensa do clube, ainda restavam cerca de 16 mil ingressos nas bilheterias do estádio do Canindé.
As entradas para a partida entre Corinthians e Santos, que será disputada no estádio do Pacaembu, estão esgotadas desde ontem.
"O torcedor que não conseguiu comprar ingresso para Corinthians e Santos deveria assistir Lusa e Cruzeiro. Ainda temos ingressos disponíveis. E, com certeza, o jogo no Canindé será superior tecnicamente", afirmou o treinador Candinho, da Lusa.
Para o atacante Evair, o apoio da torcida no jogo contra o Cruzeiro será fundamental. Para se classificar para as finais do Brasileiro, a Lusa precisa, pelo menos, vencer um dos jogos e empatar outro.
Se perder no domingo, estará fora da disputa. Se empatar, o time precisará vencer o próximo jogo contra o Cruzeiro por dois gols de diferença.
"Quando o estádio está vazio, você sente muito qualquer erro. É só ouvir o ruído de decepção dos torcedores. Isso abate muito o jogador", afirmou Evair.
Segundo o atacante, o estádio lotado é um grande fator de motivação para os atletas.
"Espero que o torcedor que acredita na equipe leve um amigo para o jogo", completou o atleta.



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