MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio

O executivo-chefe do clube inglês Manchester United, Martin Edwards, condenou duramente ontem no Rio o controle ou a parceria de uma mesma empresa com mais de um time de futebol.
Em entrevista à Folha, Edwards afirmou: ""Na mesma liga (campeonato) isso não pode acontecer. A empresa pode favorecer um ou outro time seu. É melhor que tudo seja limpo".
Sem citar o Corinthians, um dos adversários do Manchester na disputa do primeiro Mundial de Clubes da Fifa, o executivo criticou implicitamente o modelo de parceria do clube brasileiro.
O Corinthians (com 15%) é sócio do fundo de investimentos norte-americano HMTF (com 85%) na Corinthians Licenciamentos Ltda.
O HMTF é também parceiro do Cruzeiro, que disputa com a equipe paulista competições como o Campeonato Brasileiro.
O fundo de investimentos é sócio da Traffic, empresa de marketing esportivo que comprou os direitos de TV do torneio que hoje começa.
Há outros casos, como o da Parmalat, associada de Palmeiras e Juventude.
Martin Edwards falou na condição de executivo do mais bem-sucedido caso de ""privatização" do futebol mundial: o clube é avaliado em US$ 800 milhões na Bolsa de Londres.
Em outubro, o presidente Fernando Henrique Cardoso publicou medida provisória proibindo uma mesma firma de manter mais de um clube.
Dizendo-se parceiras, e não controladoras, as empresas driblaram facilmente a norma, sem reação do governo.

Futevôlei
O Manchester estréia amanhã contra o Necaxa, do México. Ontem, após o treino, no Rio, seus atletas deram um vexame jogando futevôlei, inclusive as estrelas, como Beckham e Yorke.
Mostrando incrível inépcia para a modalidade, provavelmente não venceriam nenhum dos torneios de amadores disputados nas praias cariocas.


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