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BEISEBOL
Com ajuda da Lei Piva, confederação aprimora CT, fecha o 2º maior negócio de sua história e invade Japão e EUA
Exportação faz Brasil descobrir o bastão
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de se consagrar como
país exportador no futebol e no
vôlei, o Brasil vê agora no beisebol
a chance de enviar mão-de-obra
para outros cantos do mundo.
Nas próximas semanas, quando
Japão e EUA iniciarem a pré-temporada de beisebol, nada menos
do que 19 brasileiros estarão lutando para mostrar suas qualidades em duas das principais potências do esporte no mundo.
O contingente de atletas de beisebol no Japão (16), incrementado neste mês, quando a CBBS
(Confederação Brasileira de Beisebol e Sofbol) fechou a venda de
dois atletas para o Yakult Swal-lows, só perde para o do futebol
-o país asiático recebeu 45 futebolistas, segundo o último levantamento divulgado pela CBF.
Após registrar número recorde
de atletas fora do país no ano em
que o esporte esteve sob a ameaça
de ficar fora da Olimpíada -a decisão sairá depois dos Jogos de
Atenas-2004- e realizar o segundo maior negócio de sua história
com a ida de Noberto Rocha e Vitor Katayama para o Yakult -cada um dos atletas foi vendido por
US$ 300 mil, ficando atrás apenas
de José Augusto Pet, negociado
por US$ 700 mil-, a CBBS credita o sucesso à verba da Lei Piva e
ao trabalho de base.
"Em 2002, recebemos R$ 600
mil, que permitiram a organização de torneios e o custeio de viagens internacionais, que serviram
de vitrine para os brasileiros. Em
2003, será ainda melhor", diz Jorge Otsuka, 55, que preside a CBBS
desde a sua fundação, há 12 anos.
Se teve dinheiro como nunca e
jamais registrou tantos atletas pelo mundo como em 2002, o beisebol ainda encontra no Brasil pelo
menos três trunfos para 2003.
O principal deles é o complexo
esportivo de Ibiúna (64 km a oeste
de São Paulo), criado há pouco
mais de três anos. Segundo Otsuka, o local será a base para a formação das seleções nacionais e o
cartão de visita para "olheiros".
"Mantemos em regime semi-interno, com todo o suporte e treinadores, 35 atletas, que estarão à
disposição da seleção e do mercado internacional em breve", diz.
Além de promover o projeto
"Beisebol Solidário" -diariamente são realizados jogos com
crianças carentes de Ibiúna e de
Vargem Grande, que recebem
uniformes, material de treino e
alimentação- e de formar atletas
(casos de Rocha e Katayama), o
complexo abriga as outras forças
do esporte no país: a seleção e os
técnicos estrangeiros (contratados em um convênio com Cuba).
A seleção, que em 2002 participou de Copa Intercontinental, em
Cuba, como uma das 12 melhores
do mundo -o país ocupou a vaga dos EUA, que se recusaram a
jogar no Caribe-, obteve vitórias
expressivas: bateu pela primeira
vez o México e a Nicarágua.
Os números comprovam o crescimento do esporte. Em 1996/
1997, havia cerca de cerca cem times e de 3.000 atletas no Brasil.
Agora, existem 120 equipes e
5.000 jogadores.
De acordo com Alexandre Nita,
secretário-geral da CBBS, o crescimento é significativo entre os
não-descendentes de japoneses,
que, em 1990, correspondiam a
8% dos jogadores de beisebol do
país e, agora, representam 30%.
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