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Jogos dia sim, dia não no Pré-Olímpico levam seleção a poupar atletas; maratona de 2003 reflete no 1º coletivo
Após ano sem férias, Brasil sub-23 põe treinos de lado
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CONCEPCIÓN
Após um ano sem férias, os atletas da seleção brasileira sub-23
vão contrariar as determinações
da Fifa e jogarão partidas com intervalos de menos de 48 horas no
Pré-Olímpico do Chile.
A programação do torneio será
um teste físico para atletas que,
em sua grande maioria, enfrentaram o maior Nacional do planeta
em todos os tempos (46 rodadas).
Cerca de 46 horas após atuar
contra a Venezuela na quarta-feira, o Brasil pegará o Paraguai na
sexta. Depois, são apenas 40 horas
até encarar o Uruguai no domingo. Antes, na terça, os santistas do
time -cinco são titulares- irão
completar 365 dias da apresentação para a temporada de 2003,
que teve, além do Campeonato
Brasileiro, Taça Libertadores, Copa Sul-Americana, Torneio do
Qatar, Copa Ouro, amistosos etc.
""A pior coisa são os jogos dia
sim, dia não. Não há como fazer
treino no dia seguinte às partidas.
Em cada partida, os jogadores sofrem microlesões. Pensamos em
fazer imersão no gelo com os atletas, como o Corinthians, mas não
deverá ser possível aqui. Vamos
tentar recuperá-los em uma piscina e faremos musculação 24 horas
após os jogos", disse Carlos Nevez, preparador físico da equipe.
Treinos em dois períodos não
acontecerão mais nesta semana.
A comissão técnica tem ciência do
esgotamento dos atletas. ""Temos
jogadores que deveriam estar de
férias e estão trabalhando", diz o
treinador Ricardo Gomes.
Diego, por exemplo, está sendo
poupado em algumas atividades,
que já estão sendo bem dosadas.
""O Ricardo [Gomes] está tendo
bom senso e dado só treinos leves", disse o meia santista.
O zagueiro Alex também desperta uma atenção especial por
causa de tendinites nos joelhos.
""Fiquei fazendo tratamento nas
poucas folgas de final de ano."
Odir Carmos, fisioterapeuta do
time, é um dos que dão amparo
aos mais desgastados. ""Fazemos
só manutenção. Qualquer coisa
agora pode estourar alguém."
Sem tirar férias no início de 2003,
Kaká, ex-capitão do time sub-23,
""estourou" no final do Paulista.
A parte física, porém, não é a
única preocupação. ""Vamos fazer
o melhor. Mas vários componentes pesam, como as viagens, a ausência da família", diz Nevez.
Gomes confirmou que o time da
estréia será o mesmo dos últimos
treinos, com três atacantes (Daniel Carvalho, Robinho e Dagoberto). Mas no primeiro coletivo,
ontem, com a ajuda de atletas do
Huachipato, já que só há 19 jogadores no Chile -Fábio Rochemback chega amanhã-, o resultado foi fraco: empate em 0 a 0 entre
titulares e reservas.
Carvalho, um dos remanescentes da maratona da seleção sub-20, foi substituído por Wendell. O
técnico justificou: "Ele estava
muito cansado". E o atacante do
Inter admitiu: "Estou exausto".
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