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FUTEBOL
Concordata da empresa pode levar clube, que tem 2 brasileiros, à falência
Ruína da Parmalat obriga o Parma a vender jogadores
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma equipe pequena e inexpressiva sobe para a primeira divisão aos 77 anos de existência, é
comprada por uma grande multinacional e se torna referência do
futebol mundial, com craques das
principais seleções do planeta.
Em linhas gerais, essa é a trajetória do Parma, equipe dos brasileiros Adriano e Júnior, cujo futuro está ameaçado pela crise financeira da Parmalat, proprietária de
98,7% das ações do clube.
A empresa, que pediu concordata no fim do ano passado, tem
uma dívida superior a 10 bilhões (cerca de R$ 36 bilhões), segundo estimam os promotores
responsáveis pelo processo.
Seu ex-presidente, Calisto Tanzi, foi preso e substituído por
Enrico Bondi, comissário extraordinário para sanear a Parmalat.
Após se reunir com a comissão
técnica e com a diretoria da associação -cujo presidente é Stefano Tanzi, filho do ex-controlador
da empresa-, Bondi anunciou a
elaboração de um plano para recuperar as finanças do Parma.
Na próxima sexta-feira, ele vai
apresentar aos associados uma
proposta financeira cujo objetivo
é evitar a falência do clube.
Gilmar Rinaldi, empresário do
atacante Adriano, que esteve em
Parma para negociar o jogador no
fim do ano passado, acha que o
clube terá que abrir mão de alguns de seus principais atletas.
O meia japonês Hidetoshi Nakata, cujo salário anual é 900
mil (cerca de R$ 3,24 milhões), já
foi emprestado ao Bologna.
Adriano teve 50% de seus direitos
federativos comprados pela Internazionale de Milão -que já possuía metade do vínculo desportivo do atleta- por 25 milhões
(R$ 90 milhões). Na semana passada, agências internacionais de
notícias divulgaram que o goleiro
francês Sebastien Frey também
estava na lista dos negociáveis.
Mesmo assim, Rinaldi crê na sobrevivência do time. "O Parma
continuará suas atividades normalmente. O clube terá uma importante entrada de dinheiro com
negociações de atletas", observa o
empresário. Ele duvida que os salários dos jogadores atrasem, porque "a legislação italiana é severa
na proteção de atletas que não recebem por três ou mais meses".
O ex-goleiro lembra que, na Itália, existe o rebaixamento por dívidas, o que obriga o clube a quitar seus compromissos até junho.
Já José Carlos Brunoro, diretor
de esportes da Parmalat para a
América do Sul de 1992 a 1998,
não mostra o mesmo otimismo:
"A história do Parma se divide entre antes e depois da empresa. Se
outro grupo não assumir o papel
da Parmalat, creio que o clube
voltará para as séries B ou C".
Com agências internacionais
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