São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2007

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Pronto para jogar, Nilmar espera só saber em que time

Atacante contraria seu próprio procurador e declara que seguirá a serviço do Corinthians se a Fifa assim determinar

Recuperado de contusão no joelho, jogador se reúne com dirigentes do clube e parte para Jarinu, onde o time realiza pré-temporada

Almeida Rocha/Folha Imagem
Nilmar, que ainda não sabe se jogará pelo Corinthians, faz exame


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Nilmar, 22, encerrou a polêmica em torno de suas condições físicas e disse ontem estar pronto para jogar, mas não sabe se continuará no Corinthians neste ano.
Ele esteve ontem na clínica do fisiologista Renato Lotuffo, ao lado de outros atletas corintianos, para realizar exames físicos. Nilmar se recusou a dar entrevistas, mas, após insistência dos jornalistas, acabou falando rapidamente.
"Estou pronto [para voltar]. Agora só resta saber em que time", afirmou o jogador.
Ontem à tarde, o atacante participou de uma reunião com seu advogado, seu procurador, Renato Duprat, homem forte do futebol corintiano, e Edvar Simões, diretor de futebol do clube alvinegro.
As partes, no entanto, ainda não chegaram a um acordo sobre a permanência de Nilmar.
O atacante afirmou que irá esperar decisão da Fifa sobre o imbróglio de sua situação contratual. A principal entidade do futebol mundial deve dar parecer ainda neste mês, segundo o advogado do atleta, sobre o caso que começou há oito meses.
O Lyon, clube francês que negociou Nilmar com a MSI, entrou com uma ação na Fifa pedindo o retorno do atleta, alegando falta de pagamento de 8 milhões (cerca de R$ 24 milhões) dos 10 milhões acordados pela venda.
O advogado de Nilmar, Breno Tannuri, no entanto, alega a liberdade de seu cliente. Argumenta que os franceses protocolaram a liberação do atacante antes de fechar negócio com a parceira corintiana.
O Lyon teve de se desfazer do atleta, segundo Tannuri, porque já havia preenchido o limite de estrangeiros permitidos e precisava inscrever outro brasileiro, o atacante Fred.
E, de acordo com o advogado, só recorreu à Fifa por Nilmar quando um outro brasileiro, Caçapa, deixou o clube.
Ontem, último dia para as partes se manifestarem no processo, ele enviou à Fifa as considerações finais sobre o caso.
Nilmar tem três contratos assinados com o Corinthians e com a MSI. Em um deles, de trabalho, prorrogou seu vínculo com o time paulista até o final de junho deste ano.
Como o atleta ficou cinco meses parado por conta de lesão no joelho direito, o Corinthians conseguiu, por meio de uma liminar, estender o vínculo até 28 de dezembro.
O procurador do atacante, Orlando Da Hora, diz que respeitará a decisão, mas que Nilmar não jogará mais pelo clube com a atual diretoria.
Ele cobra luvas que constam de termo de compromisso com a MSI, que prende Nilmar a empresa até julho de 2011.
Por esse documento, o atleta deveria receber US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 3 milhões) até o final do ano passado -a quantia não foi paga ao jogador.
Cláusula desse acordo, porém, condiciona sua validade à compra de 100% de seus direitos federativos e econômicos ao Lyon, o que não ocorreu.
Dirigentes corintianos não reconhecem esse documento. Alegam que a dívida pertence à MSI, e não ao clube. O procurador de Nilmar, porém, afirma que o futebol do clube é gerido pela parceria e que, portanto, a conta pertence a ambos.
O Corinthians também afirma que está em dia com outro contrato, o de imagem.
Na avaliação da cúpula do clube, os corintianos não serão condenados a pagar o Lyon. Acreditam que a Fifa chamará as partes para um acordo.
Enquanto isso, Nilmar afirma que tem de "respeitar" a decisão judicial. O atacante realizou ontem testes físicos e cardíacos. Também chegou a mostrar a cicatriz no joelho direito decorrente da cirurgia que o tirou dos gramados desde julho do ano passado.


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