São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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AÇÃO

Diferenças à prova

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Começou tudo outra vez. O circo do Tour Mundial de surfe profissional ligou suas turbinas, decolou e aterrissou em Fernando de Noronha para dar início à temporada 2004. Trata-se, na verdade, da segunda etapa do ano, mas é a primeira em importância, já que a realizada no Havaí em janeiro tinha apenas uma estrela, o padrão mínimo de contagem de pontos do Tour.
Estamos falando do World Qualifing Series, a série que dá acesso ao World Championship Tour, o WCT, a primeira divisão do surfe profissional. Em muitos aspectos, a segunda divisão, WQS, é mais cruel e disputada do que a primeira. Antes de mais nada, porque tem 50 etapas e mais surfistas. Por causa do sistema de pontuação, que diferencia as paradas com estrelas -sendo uma o mínimo e seis o máximo-, a série é especialmente desafiadora.
O atleta que quiser se dar bem precisará escolher com precisão as etapas de que vai participar, já que, no final, só os oito melhores resultados contam. O planejamento deve ser meticuloso -está em jogo um acesso à divisão principal, conferido aos 15 primeiros.
Em 2003, nosso Neco Padaratz foi o campeão da série de acesso e, neste ano, está em Noronha para tentar o bi. A próxima parada do WQS é em Torres (RS), outro quatro estrelas. Em outubro, o Tour volta para cá (Floripa) com peso de seis estrelas. Com três paradas no total, o Brasil é afortunado. O surfista brasuca que for bem em casa pode ter seu caminho rumo à primeira divisão facilitado.
Foi o que aconteceu no ano passado com Neco, que venceu em Noronha e terminou a temporada com o título. Mas a disputa da segunda divisão fica ainda mais espinhosa se levarmos em conta que os bambambãs da primeira competem em algumas etapas. Isso porque a premiação é boa e também porque com freqüência eles precisam da pontuação para permanecer no WCT.
 
Em abril tem início, nos EUA, a National Surf League, num formato idealizado por Brad Gerlach. A diferença é que a NSL será disputada entre equipes, e não individualmente. Cada time (Santa Cruz, Ventura, Orange County e San Diego) tem um técnico e o direito de fazer substituições, como no basquete. A intenção é fazer do surfe um esporte mais popular. Gerlach diz que com a NSL, jovens poderão se sentar diante da TV, escolher um time e torcer, como fazem com a NBA, a liga de basquete. A primeira etapa acontece 30 de abril na Califórnia e será, assim como as quatro outras, televisionada ao vivo pela ESPN.
 
O resultado da irreverente disputa "If it can't kill you, maybe you'll win some bucks" (algo como "Se não lhe matar, talvez você possa faturar um trocado"), que aconteceu em Cortez Bank, foi divulgado depois que os juízes analisaram as filmagens. A dupla brasileira formada por Eraldo Gueiros e Carlos Burle ficou com o troféu "Bomba do Dia". A premiação em grana é simbólica, e as cinco equipes participantes estavam na briga apenas por farra.

Guiness Book
O skysurfer Gui Pádua vai tentar saltar a 25 mil pés de altura sobre o Pepê, Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e entrar para o Guiness Book, o livro dos recordes.

Proibido para maiores
Também na Barra, neste final de semana, acontece a segunda etapa do Rip Curl Grom Search, para surfistas com até 16 anos. Realizado em vários países, o evento deve, em 2005, reunir os melhores numa etapa internacional.

Tudo em família
Picuruta, seu irmão Almir e os filhos, Mateus e Alex, são destaques no Surfboys Family, neste final de semana em Torres (RS).

E-mail sarli@trip.com.br


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