São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2005

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Exames mostram alteração cardíaca em Fabrício Carvalho, destaque em 2004, e clube o tira de treinamentos

Artilheiro do São Caetano é afastado por arritmia

Miguel Rojo - 2.mar.2004/France Presse
Fabrício Carvalho festeja gol no empate de 1 a 1 entre São Caetano e Peñarol, pela Libertadores-04


KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

IGOR CAITANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O atacante Fabrício Carvalho, artilheiro do São Caetano no Brasileiro-04, com 18 gols, foi afastado por tempo indeterminado de atividades com bola após exames feitos em janeiro no HCor (Hospital do Coração), em São Paulo, detectarem arritmia e suspeita de que o atleta de 26 anos tenha problemas no músculo do coração.
O caso surge pouco mais de três meses após a morte do zagueiro Serginho, do mesmo São Caetano, por complicações cardíacas, durante jogo com o São Paulo.
Apesar de o departamento médico do time do ABC atestar oficialmente que Fabrício está longe dos campos (não estreou no Paulista-05) por conta de uma tendinite no joelho esquerdo, a Folha apurou que essa versão tem o objetivo de não causar alarde quanto à real condição de saúde do atleta, que fará exames complementares no HCor após o Carnaval.
Caso se confirme a suspeita de que a arritmia esteja ligada a um problema cardíaco, o atacante será afastado por um período de ao menos 90 dias para tratamento.
Fabrício foi o único atleta do elenco do clube que passou por exames a apresentar modificações nos batimentos cardíacos no teste de esforço físico na esteira.
A reportagem teve acesso à cópia da ficha de internação do jogador, do dia 2 de fevereiro, na qual consta que ele passou por um cateterismo, para ver se havia problemas nas coronárias.
Embora o documento aponte como diagnóstico doença aterosclerótica do coração, a Folha apurou que não é essa a hipótese trabalhada pelos especialistas -que ainda não têm uma conclusão. A doença descrita era uma suspeita, não confirmada pelo cateterismo.
Os médicos José Eduardo Sousa, que fez o cateterismo, e César Augusto Jardim, que deu a alta, não foram encontrados pela reportagem. Nabil Ghorayeb, chefe da cardiologia do esporte do HCor, disse que não falaria nada porque os exames ainda estão em andamento. A junta médica que cuida do caso conta ainda com o ex-ministro da Saúde Adib Jatene.
Interlocutores ligados ao HCor dizem que o atacante foi avisado que os testes detectaram arritmia.
Em entrevista à Folha, Fabrício a princípio não desmentiu que estivesse com arritmia, mas depois negou o que dissera. "Meu único problema é uma tendinite que trato", alegou o atacante, natural de Andradina-SP, que já despertou o interesse do São Paulo.
O novo corpo médico do São Caetano, formado por Rubens Sampaio, Maurício Bezerra e Marcelo Saragiotto, não retornou as ligações da Folha. Também foram deixados recados, para o diretor de futebol Genivaldo Leal e o vice Luiz de Paula -que substituiu o presidente Nairo Ferreira de Souza, suspenso por dois anos pelo STJD por conta do caso Serginho-, que não responderam.
Apesar de suspenso por quatro anos, o médico do clube, Paulo Forte, acompanhou no HCor os exames de Fabrício. O atleta, que tem contrato com São Caetano até 28 de novembro de 2006, recebe em carteira R$ 10 mil mensais.


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