São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

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JUCA KFOURI

Empate, vitória e derrota


Num mesmo jogo, 3 a 3 entre Palmeiras e Santos, todos os resultados possíveis numa mesma partida de futebol


VÁ ENTENDER a cabeça dos treinadores do futebol.
O Palmeiras fez um primeiro tempo quase impecável diante do Santos e marcou 2 a 0 quando até poderia ter feito mais.
E por quê?
Basicamente porque o ex-atacante Edmundo jogou como meia, enfiou bolas preciosas, mandou uma no travessão, um maestro.
Osmar pintou e bordou, fez dois gols e acabou sacado.
E o sempre meia Pedrinho jogou como atacante, que não é a dele.
Resultado: o Santos pouco ameaçou, e o Palmeiras mandou no jogo.
No segundo tempo foi exatamente o inverso. Edmundo foi atacar, e Pedrinho foi armar, além de ter diminuído para o Santos, com oportunismo de atacante que, repita-se, não é. E o Santos chegou ao empate.
Só não venceu porque Antônio Carlos atropelou o ex-atacante Edmundo dentro da área e o próprio Edmundo converteu.
Mas Kléber e Jonas trataram de fazer justiça, recompensa das correções que Vanderlei Luxemburgo fez e diante do equívoco de Caio Júnior, cujo trabalho é muito bom.
Mesmo que o mistério permaneça: por que um técnico erra em coisas simples e precisa se corrigir?
Por que outro acerta em coisas simples e depois muda de idéia?
Fato é que o empate justo virou derrota para o Palmeiras e vitória para o Santos.

Estaduais ou não?
No debate com meu vizinho Torero sobre o fim dos Estaduais, de fato, a maior parte dos leitores posicionou-se a favor deles.
Mas, no fundo, prevalece o que o próprio Torero diz em mensagem enviada à coluna: "Depende de como se faça a pergunta: se você perguntar se os torcedores preferem os torneios estaduais ou os regionais, a maioria escolherá os regionais. Se você perguntar se são a favor da extinção dos Estaduais, responderão que não".
Mais ou menos como se deu quando a ponte aérea Rio-São Paulo trocou os velhos, e simpáticos e seguros, Electras pelos Boeings.
Se você perguntasse aos viajantes se eles eram a favor da troca, a maioria diria que sim.
Mas, se perguntasse só se eram favoráveis a aposentar os Electras, diriam que não.

Ligações perigosas
Ao falar em meu blog que houve cenas típicas do PCC na abortada reunião para empossar os cem novos conselheiros do Corinthians, não foram poucos os protestos de membros -advogados, principalmente-, da oposição, que viram ali uma generalização descabida.
De fato, não são poucas as pessoas de bem (a maioria, provavelmente) que hoje se opõem à desastrosa gestão de Alberto Dualib e que têm motivos para rechaçar qualquer comparação com a violenta organização criminosa.
Mas, são, também, e muitos, neófitos em matéria de política no futebol, incapazes de imaginar o que se passa nos bastidores.
Como, ao mesmo tempo, são pessoas preocupadas com sua biografias e em não serem simplesmente usadas, certamente terão a preocupação de investigar quem eram os indivíduos ligados ao difuso movimento dos perueiros que, naquela noite, externaram sua indignação com o golpe dado por Dualib da pior maneira possível, para intimidar e cercar os situacionistas -onde, sem dúvida, é difícil achar alguém que queira algo de melhor para o clube e não para si mesmo.
Foi a polícia paulista quem estabeleceu as conexões com o PCC e houve quem ouvisse de um desses arruaceiros "oposicionistas" a seguinte frase: "Não adianta chamar a polícia porque temos gente lá dentro". É preocupante.

blogdojuca@uol.com.br


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