|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Incentivo fiscal ganha gabinete em São Paulo
Escritório vai auxiliar municípios e desportistas a formatar seus projetos
Secretário de Esporte de SP aconselha prefeitos do interior a investir em modos de captar verba da lei que dará R$ 300 mi em 2007
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
De olho nos R$ 300 milhões
da Lei de Incentivo ao Esporte,
a Secretaria de Esporte e Turismo de SP instituiu um gabinete
especializado no assunto. Com
cinco membros, o escritório
presta auxílio técnico a prefeituras e desportistas que pleiteiam quinhão do dinheiro.
Prefeitos, em audiência com
o secretário de Esporte, Claury
Santos Alves da Silva, foram
aconselhados a pensar em projetos. ""A maioria não está antenada com a lei de incentivo. Para falar a verdade, alguns, sobretudo aqueles de municípios
pequenos, às vezes nem sabem
do que se trata", afirma Silva.
O setor jurídico do departamento que assessora a montagem de projetos e que tem à
frente o advogado Carlos
Eduardo Francisco Fernandes
vem estudando a lei para verificar o que pode ser adiantado. A
cargo dele ficará a missão de
analisar a regulamentação.
O segundo passo do ""gabinete da lei de incentivo" é informar prefeitos e secretários municipais os mecanismos de funcionamento da lei federal, por
meio de workshops que incluirão distribuição de prospectos
e formulários.
Na seqüência, o grupo analisaria os projetos e, caso sejam
adequados, os adaptaria para a
linguagem técnica e a terminologia legal, além de instruir sobre a rota dos projetos entre a
prefeitura e o Ministério do Esporte -um comitê formado pela pasta os aprovará ou não.
""Qualquer iniciativa que democratize o acesso, que descentralize a utilização da lei, é
interessante. Assim, os benefícios não ficam concentrados
com os poucos que sabem como funciona o governo", diz Alcino Reis Rocha, coordenador
do grupo do Ministério do Esporte que normatiza a lei.
""Tentamos diminuir a burocracia ao máximo, mas o mínimo às vezes já é o máximo para
muita gente", completa Rocha.
Uma das idéias defendidas
pela secretaria é a opção de as
prefeituras poderem encaminhar projetos ao ministério por
meio do gabinete e não precisarem fazê-lo diretamente.
A idéia foi rechaçada pelo Esporte em um primeiro momento. ""À princípio, isso não será
possível, senão o Estado entrará como proponente e o dinheiro seria depositado em sua conta", aponta Rocha. ""E também
o Estado seria responsabilizado em caso de irregularidade."
Além de mirar a lei de incentivo federal, que funciona nos
mesmos moldes da Lei Rouanet, o gabinete estuda a versão
estadual da lei de incentivo, que
prevê a isenção do ICMS e que
na gestão passada ficou parada
na Secretaria da Fazenda.
Outro tema encampado pelo
gabinete é o Conselho Estadual
dos Direitos da Criança e do
Adolescente, que tem o esporte
como meio de ação social. Empresas e pessoas físicas podem
deduzir do Imposto de Renda
investimentos em projetos esportivos de cunho social.
Ainda são estudadas parcerias com a Unesco, órgão da
ONU, com a qual poderiam ser
feitas parcerias mediante a cessão de quadras de escola.
""São R$ 300 milhões que serão disponibilizados para projetos. Mas é bom sair na frente,
se nós percebemos o potencial
da lei de incentivo, logo todos
estarão acordando", diz Silva.
Texto Anterior: Atletismo: Fabiana Murer bate recorde sul-americano Próximo Texto: Frase Índice
|