São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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Rogério erra e sai, mas São Paulo se redime

No dia em que renovou até 2012, ídolo engole frango em casa e sente lesão

São Paulo 2
Bragantino 1

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Washington, que fez ontem seu terceiro gol neste Paulista, o primeiro do São Paulo contra o Bragantino, tenta jogada no Morumbi

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo evitou ontem nova derrota no Morumbi. Recuperou-se, fez gols, virou contra o Bragantino e venceu. Mas um atleta, justamente o maior ídolo do clube, saiu de campo como se tivesse sido derrotado.
Rogério Ceni, 36 anos e agora garantido como jogador do São Paulo até pouco dias antes de completar 40, falhou bisonhamente e levou gol por isso. Alguns lances depois, sentiu novamente lesão muscular e foi substituído. Tudo aconteceu em 35 minutos, mas foi o suficiente para que o capitão são-paulino deixasse o gramado como se houvesse sofrido uma goleada numa decisão.
Cabisbaixo, o goleiro, que ontem completou seu 843º jogo pelo São Paulo e que renovou com o clube até o fim de 2012, terminou o primeiro tempo explicando, lamentando e admitindo seus erros.
O primeiro deles, a falha ao tentar cortar cruzamento de Marcelo Godri. O lance terminou com um tapinha para dentro da própria meta.
O segundo, de acordo com sua própria análise, foi a decisão de antecipar sua volta ao time e sentir a mesma lesão na coxa direita que sofrera contra a Portuguesa, há duas semanas.
"Foi a mesmíssima contusão. No mesmíssimo lugar", dizia o goleiro, ao se dirigir para o vestiário, no fim do primeiro tempo. "A gente quer estar no campo sempre. Mas às vezes não adianta, tem que esperar mais. Mas a gente quer voltar e treina um pouco menos. E acaba errando no jogo e se machucando", repetia Rogério, rodeado de repórteres, mas falando como se estivesse conversando consigo mesmo, inconformado.
A lesão sofrida por Rogério também causou constrangimento ao médico do São Paulo José Sanches. "Eu o liberei pela minha experiência. Mas também fizemos exames, tratamos da lesão", dizia Sanches.
Parecendo tão desconcertado com a contusão quanto Rogério, o médico evitou até a falar que o machucado fora no mesmo local da anterior. "Precisa ver. Vamos examinar. Nesse tipo de situação, só se define se é a mesma lesão com uma ressonância magnética."
O médico são-paulino não quis dar prazos para o retorno do goleiro, mas deu a entender que Rogério pode ficar de fora do time por mais tempo do que só uma semana, como ocorreu na primeira vez em que o goleiro saiu contundido no ano.
Sem seu capitão, o São Paulo, com Bosco no gol, foi atrás da virada contra o Bragantino -quando Rogério ainda estava na partida, Washington já havia empatado em um belo chute de meia distância. E o artilheiro do time fez questão de tentar amenizar a dor do capitão do time dedicando-lhe o gol. "Nem acho que foi falha, porque a bola acaba atrapalhando o goleiro. Por isso dedico o gol a ele."
E, no segundo tempo, após muita pressão, André Dias, de cabeça, escorou para a rede, definindo o placar e a vitória.


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