São Paulo, quinta, 5 de fevereiro de 1998

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Preconceito aborrece mulheres

da Agência Folha, em Florianópolis

O esforço para popularizar o tiro ao alvo provocou um inesperado efeito colateral.
Nos últimos anos, tem crescido o interesse de mulheres por esse esporte, tradicionalmente associado ao universo masculino. Em alguns clubes de tiro de Joinville, as mulheres são 30% dos atiradores.
""Nós levamos o tiro ao alvo bem mais a sério do que muitos homens, que só querem saber de participar de campeonatos para beber cerveja e comer chucrute. As mulheres jogam para vencer", afirma Carmen Gehrmann, dona-de-casa em Joinville.
Há seis anos, na companhia de três amigas, ela fundou um clube feminino de tiro e passou a organizar campeonatos.
Hoje, seu clube conta com 30 sócias ativas. No norte do Estado, já existem 13 clubes de tiro para mulheres, reunindo quase 500 praticantes.
""Nos primeiros dias, o preconceito dos homens foi grande, diziam para voltarmos para casa para fazer comida", diz Gehrmann.
Filha de alemães fanáticos pelo esporte, ela tomou gosto ainda criança. Agora, junto com o marido, está iniciando no tiro uma filha de 11 anos e um filho de 9.
As mulheres ainda resistem à prática do tiro com munição de chumbo, que exige maior força física para aguentar o ""tranco" da arma. Elas preferem atirar utilizando setas de náilon.
""Para mim, o tiro é uma terapia, que relaxa mais do que qualquer outra coisa", afirma.



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