São Paulo, segunda-feira, 05 de março de 2007

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JUCA KFOURI

Vitória que faz bem ao futebol


O triunfo palmeirense ontem alenta o alviverde, respalda sua reestruturação e não muda nada no Corinthians


A VITÓRIA do Palmeiras no clássico de ontem (3 a 0) era o que de melhor poderia ter acontecido para o futebol.
Explica-se: uma derrota alviverde poderia ter conseqüências nefastas para o ainda incipiente, e obrigatório, projeto de renovação vivido pelo Parque Antarctica. Uma derrota poderia custar a cabeça do técnico Caio Júnior, por dessas bobagens do mundo do futebol.
E uma vitória corintiana serviria apenas para mascarar a óbvia falta de perspectiva que assola o Parque São Jorge.
Na bola, o resultado não merece nem discussão.
A superioridade alviverde foi tamanha que, no primeiro tempo, o goleiro Marcos não teve que fazer nem sequer uma defesa.
Enquanto o Corinthians jogava com três volantes e não criava nada, Martinez, Valdívia e Edmundo davam as cartas, não só tecnicamente, mas, também, pelo poder de decisão -coisa que Roger, Arce e Nilmar não foram capazes de mostrar, como se estivessem intimidados pela importância do jogo.
Para o segundo tempo, porta arrombada, Leão botou Willliam no lugar de seu protegido Daniel, mas o Palmeiras nem se abalou, consciente de sua superioridade.
Só aos 13min Marcos fez a primeira defesa, fruto da natural pressão de quem está atrás no marcador.
E do mesmo modo que três volantes não garantiram uma defesa sólida, a entrada tardia de Amoroso no lugar do lateral-direito Eduardo não deu maior poder ofensivo ao Corinthians, que sempre esteve mais perto de sofrer o terceiro gol do que de fazer o primeiro.
Tudo que o palmeirense espera é que sua direção persista em seu caminho, independentemente de eventuais tropeços futuros.
E tudo o que o corintiano espera, não exatamente por mais essa derrota em clássicos, é que mude tudo no seu clube.
Aí, também, a esperança é verde.

Memória
Indicado para ser o vice de futebol do Corinthians, o empresário Paulo Garcia já ocupou o cargo em 88 e não se deu bem. Ao contrário. Pior: foi nessa época que se fez um jogo festivo entre pai e filho, o Corinthian-Casuals, de Londres, e um time de veteranos do Corinthians, com Sócrates e companhia.
Então, o grupo de abnegados que organizou a partida à revelia da direção alvinegra, combinou que mesmo com transmissão da Globo, graças ao apoio da Fundação Roberto Marinho, ninguém ganharia com a festa, com portões abertos no Pacaembu, numa fria e ensolarada manhã de sábado, 5 de junho.
A Garcia, herdeiro da Kalunga que patrocinava o Corinthians, coube cuidar do fardamento do time de veteranos, sob a condição de que a camisa não teria nenhuma marca comercial. Ele concordou.
Eis que, poucos minutos antes de o jogo começar, quando nada poderia ser feito, ele chegou com o material esportivo.
Com a marca de sua empresa.

Esperança
Se tudo der certo, o ministério do Esporte deve anunciar na próxima quinta-feira, Dia Internacional da Mulher,o patrocínio da Caixa Econômica Federal para uma liga de futebol feminino no país. Tomara.

Arrependimento?
E hoje, em São Paulo, o ministro Orlando Silva Jr. recebe Pelé e Luxemburgo para discutir mudanças na lei que leva o nome do Rei. Que anda preocupado com a "vilanização" de sua lei, acusada de tudo que é ruim em nosso futebol.
O curioso é que Luxemburgo é exatamente um dos que mais acusam. Terá convencido Pelé a propor a volta da Lei do Passe?

blogdojuca@uol.com.br


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