São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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Brasil pena em casa na Libertadores

Em 5 jogos, times perderam mais pontos do que em todos os duelos em casa contra estrangeiros na 1ª fase de 2007 e 2008

Média de gols sofridos mais do que dobra em relação aos últimos anos no começo complicado das equipes nacionais nesta temporada


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Foram somente cinco partidas na edição 2009. Mas já bastou para os clubes brasileiros perderem mais pontos para adversários estrangeiros, em casa, do que em 31 partidas somando as fases de grupo da Taça Libertadores em 2007 e 2008.
O São Paulo, que hoje pega o América de Cali na Colômbia, estreou empatando no Morumbi contra o Independiente Medellín (1 a 1), assim como o Grêmio diante da Universidad de Chile (0 a 0) no Olímpico. Pior fez anteontem o Palmeiras contra o Colo Colo, que venceu por 3 a 1 no Parque Antarctica e deixou o time paulista, que já havia perdido para a LDU em Quito, em situação delicada.
Vitória nos cinco primeiros jogos de times nacionais em casa só a do Cruzeiro contra o Estudiantes (3 a 0) e a de ontem do Sport diante da LDU (2 a 0).
Os tropeços como mandantes foram raros nas últimas Libertadores. No ano passado, por exemplo, foram 15 vitórias em 15 jogos na fase de grupos. Em 2007, em 16 duelos, houve 13 triunfos e três empates.
Ou seja, os times brasileiros já perderam contra estrangeiros em casa sete pontos na primeira fase de 2009, contra seis desse estágio inteiro do torneio completo em 2007 e 2008.
Bastaram só quatro partidas para as defesas brasileiras sofrerem em casa o mesmo número de gols de adversários de outros países do que em edições inteiras. Após cindco jogos, já são quatro tentos (a média por jogo mais do que dobrou em relação aos últimos dois anos, indo de 0,27 a 0,80).
Além disso, os ataques têm produzido menos, pois, em casa, os times do país, com grande ajuda do Sport, fizeram só 1,4 gol por jogo, abaixo das médias de 2007 (1,87) e 2008 (2,53).
Principais rivais do futebol brasileiro no continente, os clubes argentinos tiveram um arranque em casa muito mais sólido nesta Libertadores.
Nos cinco primeiros jogos com mando de campo, os clubes argentinos acumularam quatro vitórias e um empate e foram vazados só duas vezes.
A desculpa dos brasileiros de que os estrangeiros só tentam se defender quando são visitantes nem sempre se justifica.
Contra o Palmeiras, segundo o Datafolha, o Colo Colo finalizou 11 vezes, praticamente a média de um time nacional em um campeonato como o Brasileiro. E o time chileno ainda teve mais qualidade nas conclusões -sua pontaria foi de 54%, contra somente 29% da obtida pela equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo.
Dois tropeços brasileiros ocorreram com os visitantes em desvantagem no número de jogadores. Contra o Grêmio, a Universidad de Chile teve atleta expulso aos 31min do segundo tempo. Já o Palmeiras atuou com um a mais por 41 minutos, sem contar os acréscimos, depois que Meléndez foi expulso no início da segunda etapa.
Fracassar já na primeira fase não é comum para os times brasileiros na Libertadores. Nesta década, dos 39 clubes do país que participaram da competição, só seis não conseguiram alcançar a fase de mata-matas.


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