São Paulo, quinta, 5 de março de 1998

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AUTOMOBILISMO
Com pneus da Bridgestone e recordes da pré-temporada, equipe inglesa tenta romper hegemonia da F-1
McLaren assusta duelistas na Austrália

da Reportagem Local

À sombra da McLaren, Jacques Villeneuve e Michael Schumacher voltam à pista hoje, em Melbourne, para retomar o mais recente duelo da F-1, nos primeiros treinos livres para o GP da Austrália, etapa de abertura do Mundial-98.
Interrompido pelo tolo acidente que o ferrarista provocou na decisão do campeonato de 1997, quando perdeu o título e boa parte de sua reputação, o clima da disputa não resistiu ao testes de inverno na Europa, que elegeram a McLaren como a provável atração do ano.
Com pneus da Bridgestone e projeto de Adrian Newey, ex-Williams, o time inglês foi o mais rápido nos ensaios, provocando cuidadosas declarações de Villeneuve e de Schumacher, principalmente pelo fato de ambos serem abastecidos pela Goodyear.
Alain Prost, que contará neste ano com os potentes motores Peugeot e uma dupla de verdade nos cockpits, foi quem melhor traduziu o sentimento geral da F-1 em relação à McLaren.
"É a única equipe que chegou tranquila à Austrália. O resto, incluindo Williams e Ferrari, não sabe exatamente o que vai acontecer no próximo fim-de-semana".
De fato, pouco se sabe sobre o que pode acontecer a partir da noite de hoje, manhã de sexta em Melbourne (com fuso 14 horas à frente do de Brasília).
A começar pelo novo regulamento, que dita pneus com sulcos e carros 20 centímetros mais estreitos, entre mais de uma dezena de alterações promovidas.
Uma polêmica tentativa de baixar a velocidade dos carros, torná-los mais seguros e, na concepção dos dirigentes, mais suscetíveis a ultrapassagens.
E que gerou, como sempre, um monte de soluções, de uma contestadíssima asa lateral junto ao cockpit (Benetton) até a arriscada adoção do câmbio em fibra de carbono (Arrows e Stewart).
Um verdadeiro pacote de mudanças na categoria, que não poupou nem as cores dos carros -quatro equipes alteraram radicalmente suas programações visuais, incluindo a Williams, agora vermelha como uma Ferrari.
Algo que para a FIA, a entidade controladora do automobilismo, significa uma nova era no esporte. Mas que para o público, escaldado por quase uma década de disputas domésticas e particulares, só será realidade se de fato provocar surpresas a partir deste domingo.
Historicamente, isso não é mais possível. A última revolução técnica a desordenar um grid de largada foi há 32 anos. (JHM)


Com agências internacionais



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