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AUTOMOBILISMO
Com pneus da Bridgestone e recordes da pré-temporada, equipe inglesa tenta romper hegemonia da F-1
McLaren assusta duelistas na Austrália
da Reportagem Local
À sombra da McLaren, Jacques
Villeneuve e Michael Schumacher
voltam à pista hoje, em Melbourne, para retomar o mais recente
duelo da F-1, nos primeiros treinos livres para o GP da Austrália,
etapa de abertura do Mundial-98.
Interrompido pelo tolo acidente
que o ferrarista provocou na decisão do campeonato de 1997, quando perdeu o título e boa parte de
sua reputação, o clima da disputa
não resistiu ao testes de inverno na
Europa, que elegeram a McLaren
como a provável atração do ano.
Com pneus da Bridgestone e
projeto de Adrian Newey, ex-Williams, o time inglês foi o mais rápido nos ensaios, provocando cuidadosas declarações de Villeneuve
e de Schumacher, principalmente
pelo fato de ambos serem abastecidos pela Goodyear.
Alain Prost, que contará neste
ano com os potentes motores Peugeot e uma dupla de verdade nos
cockpits, foi quem melhor traduziu o sentimento geral da F-1 em
relação à McLaren.
"É a única equipe que chegou
tranquila à Austrália. O resto, incluindo Williams e Ferrari, não sabe exatamente o que vai acontecer
no próximo fim-de-semana".
De fato, pouco se sabe sobre o
que pode acontecer a partir da
noite de hoje, manhã de sexta em
Melbourne (com fuso 14 horas à
frente do de Brasília).
A começar pelo novo regulamento, que dita pneus com sulcos
e carros 20 centímetros mais estreitos, entre mais de uma dezena
de alterações promovidas.
Uma polêmica tentativa de baixar a velocidade dos carros, torná-los mais seguros e, na concepção dos dirigentes, mais suscetíveis a ultrapassagens.
E que gerou, como sempre, um
monte de soluções, de uma contestadíssima asa lateral junto ao
cockpit (Benetton) até a arriscada
adoção do câmbio em fibra de carbono (Arrows e Stewart).
Um verdadeiro pacote de mudanças na categoria, que não poupou nem as cores dos carros
-quatro equipes alteraram radicalmente suas programações visuais, incluindo a Williams, agora
vermelha como uma Ferrari.
Algo que para a FIA, a entidade
controladora do automobilismo,
significa uma nova era no esporte.
Mas que para o público, escaldado
por quase uma década de disputas
domésticas e particulares, só será
realidade se de fato provocar surpresas a partir deste domingo.
Historicamente, isso não é mais
possível. A última revolução técnica a desordenar um grid de largada foi há 32 anos.
(JHM)
Com agências internacionais
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