MARCELO DAMATO
da Reportagem Local

O presidente do Corinthians, Alberto Dualib, culpou ontem a desvalorização do real pelo atraso nos pagamentos de parcelas relativas à transferência do meia Ricardinho.
"O país está na pior crise de sua história. O dólar chegou a R$ 2,20. As prestações ficaram muito caras." Mas ontem o dólar caiu de R$ 2,17 para R$ 2,10.
Dualib disse ainda que, se soubesse que o dólar iria subir tanto, não teria contratado o jogador, que era do Bordeaux, da França.
"Em junho, quando o compramos, ele valia R$ 2,2 milhões. Era um bom negócio. Mas pelo dobro disso é muito caro."
A negociação entre os dois times ocorreu durante a Copa da França. O Corinthians obteve a transferência mediante US$ 2 milhões, parcelados em 24 vezes.
Segundo o Bordeaux disse à Fifa, o Corinthians não pagou três parcelas de US$ 70 mil, referentes aos três primeiros meses deste ano. Dualib afirmou que o clube quer renegociar a dívida.
"Todo mundo no Brasil está fazendo isso. E o Bordeaux sabe disso porque tem um representante no Brasil", disse, acrescentando em seguida não se lembrar do nome dessa pessoa.
Anteontem, a CBF recebeu um documento da Fifa, entidade que organiza o futebol em nível mundial, exigindo que o Coritnhians pague US$ 210 mil em prestações atrasadas num prazo de 24 horas, sob pena de ser suspenso de todas as competições oficiais.
O prazo começa a contar a partir da notificação do clube. O diretor de futebol do Corinthians Carlos Nujud disse ontem no final da tarde que o clube ainda não havia recebido a notificação.
A CBF, entretanto, informou oficialmente que já havia notificado a Federação Paulista de Futebol. A Folha procurou a FPF no final da tarde, mas foi informada de que todos os diretores já haviam saído.
Após o treino, o meia corintiano negou estar preocupado com a sua situação, mas logo em seguida recuou. "Espero que tudo seja resolvido logo, porque não quero ficar com isso na cabeça."